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Ativista acusado de oferecer sexo oral a adolescente diz sofrer ameaças e pede dinheiro para mudar de estado

today10 de junho de 2024 1

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A mãe do adolescente, Talita Santos, de 31 anos, contou que o ativista perguntou ao filho dela, dentro do banheiro de um shopping em Santos se poderia fazer um ‘bo***’ [sexo oral]. Ao g1, o investigado disse ter feito uma ‘piada idiota’. Ele também pediu desligamento do Conselho Municipal de Políticas LGBT+ (ConLGBT). (veja abaixo).

A equipe de reportagem teve acesso a mensagens enviadas pelo ativista pedindo recursos para a mudança. “Preciso ir embora do estado para tentar garantir minha segurança, porém, com isso perdi todos meus trabalhos e não tenho dinheiro”.



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O homem, inclusive, definiu uma meta de R$ 950 para comprar a passagem, pagar alimentação e se manter os primeiros dias. “Não posso divulgar essa vaquinha amplamente, infelizmente, o que dificulta muito”.

Prints de mensagens que ativista teria enviado a uma seguidora pedindo ajuda financeira para mudança — Foto: Arquivo Pessoal

Procurado pelo g1, o ativista não respondeu sobre os pedidos e mudança de estado. Em relação às ameaças, disse que perfis falsos estão entrando em contato com ele e que os advogados tomarão as medidas cabíveis.

“Estão indo atrás das minhas informações pessoais e entrando em contato através de perfis falsos para fazer ameaças de morte dizendo que mexi com ‘gente que tem dinheiro’ e ‘esse foi o maior erro da minha vida'”, disse.

Ele negou as acusações. “Não sou assediador e muito menos pedófilo. […] Pessoas mal intencionadas, extremistas de direita e intolerantes estão aproveitando a situação para destilar ódio e justificar violência contra alguém que sempre levantou uma bandeira da qual eles não toleram”.

A pessoa que recebeu o pedido de ajuda e compartilhou o print com o g1 não quis se identificar. Ela disse que a mensagem parecia pronta e que, provavelmente, foi encaminhada para mais seguidores.

“Não tínhamos amizade. No máximo, nos vimos em algumas festas LGBT. […] Ele parece desesperado, fala que sabem o endereço dele”, disse.

Homem foi detido por seguranças dentro de shopping de Santos (SP) após denúncia de menino — Foto: Arquivo pessoal

A mãe da vítima, Talita Santos, de 31 anos, contou à equipe de reportagem querer justiça para o filho. Segundo ela, a abordagem aconteceu no banheiro do espaço comercial no bairro Gonzaga.

A delegada Deborah Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos, informou que vai instaurar inquérito para apurar o caso.

“Ele [adolescente] já falou que não vai entrar mais no banheiro sozinho. Eu não sei como vai ficar o psicológico dele”, desabafou a mãe, que registrou um boletim de ocorrência após o ocorrido na quinta-feira (6).

Segundo Talita, o homem demorou para deixar o banheiro, mas ao deixar o local disse: “Não, não falei nada, não. Quantos anos teu filho tem?”. A mãe contou que, enquanto a polícia era acionada, o homem demonstrava o que ela chamou de “poder de persuasão”.

Com a chegada dos policiais, os envolvidos foram encaminhados para o 7º Distrito Policial (DP), onde o menino foi ouvido e a mãe registrou um boletim de ocorrência.

Revoltada com a situação, a autônoma gravou o rosto do homem e conversou com funcionários de lojas no shopping, que disseram que ele já é conhecido por assediar pessoas dentro do banheiro.

A indignação de Talita é ainda maior devido ao fato do homem ser um militante e ativista político. “Ele ouviu a voz do meu filho. E meu filho tem voz de criança, não tem nem voz de adulto […] Eu estou aliviada de saber que não foi mentira o que meu filho relatou”, afirmou.

Homem foi escoltado por seguranças dentro de shopping em Santos (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o caso foi registrado como tentativa de estupro de vulnerável. “O caso foi registrado na DDM de Santos. Detalhes serão preservados por envolver menor de idade e por se tratar de crime sexual”, informou.

Ao g1, o homem acusado de assédio contra o adolescente disse que compreende a angústia da mãe pelo medo da impunidade, vontade de fazer justiça e defender o filho dela. Apesar disso, negou que teve a intenção de causar constrangimentos a alguém.

“Eu fiz uma piada idiota, dentro da minha cabine e sem ver o rapaz [como foi confirmado pela própria mãe]. Não faz nem sentido eu oferecer ou pedir o que quer que seja para alguém que eu nem vi”, afirmou.

Nota do ConLGBT — Foto: Reprodução/Instagram

Em nota divulgada no Instagram, o Conselho Municipal de Políticas LGBT+ de Santos (ConLGBT) disse que repudia veementemente qualquer forma de comportamento ilícito ou desrespeitoso, seja LGBTQIA+ ou não. O homem solicitou o afastamento do movimento, o que logo foi aprovado.

De acordo com o ConLGBT, há um compromisso em ajudar as autoridades no que for preciso para que se realize uma investigação minuciosa e imparcial. Além disso, o movimento ressaltou a importância de garantir o processo legal, o direito à ampla defesa e ao contraditório para apuração.

“Por fim, é necessário apontar que é descabido relacionar o suposto comportamento criminoso com a orientação sexual do seu eventual autor e, muito menos, com toda comunidade LGBTQIA+”, afirmou.

Para a delegada Deborah Lázaro, titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos, o ideal é que as crianças e adolescentes evitem usar esse tipo de banheiro por questões de segurança.

“O menino de 13, infelizmente, não vai poder ir ao banheiro feminino. Tanto que a mãe não quis levá-lo. É um rapazinho, um menino. [Mas] acho que todo cuidado é pouco”, afirmou.

A Conselheira tutelar em São Vicente (SP), Andrea Moraes concorda com a chefe de polícia. Segundo ela, o segredo para os pais é estabelecer uma relação de confiança com seus filhos. Dessa maneira, a criança ou adolescente sentirá abertura para relatar possíveis abordagens criminosas.

“É importante sempre os pais conversarem com os filhos, pedir para não deixarem colocar nada em seu corpo. E, caso aconteça, falar para o responsável. Sempre ganhar a confiança do seu filho, orientando”, disse ela.

Dicas para os responsáveis

  • Evitar o uso dos banheiros sem adultos;
  • Manter uma relação de confiança com a criança ou adolescente;
  • Orientar sobre a privacidade do próprio corpo;
  • Pedir que o menor relate o ocorrido, caso aconteça.

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Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Santos.

Por: G1

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