A Fonte dos Quatro Rios fica na Praça Navona, uma das mais famosas da cidade e onde fica também o prédio da embaixada brasileira na Itália.
Segundo a agência de notícias Ansa Brasil, o líquido preto despejado na fonte é à base de carvão. Ao todo, quatro pessoas foram denunciadas e detidas pela polícia de Roma.
Manifestações aconteceram em dois dias seguidos na cidade italiana
“O nosso futuro é tão negro como esta água. Sem água, não há vida”, disse uma das ativistas envolvidas no ato à agência, alertando que, diante do aumento das temperaturas, as pessoas estão expostas “por um lado à seca e, por outro, às inundações”.
“O colapso já está em curso e não podemos mais detê-lo. Prova disso são os eventos extremos cada vez mais frequentes e devastadores, como a inundação na área de Emilia-Romagna (Roma fica nessa região da Itália) há alguns dias. Por isso, pedimos ao governo que desfaça imediatamente os bilhões que gasta em combustíveis fósseis”, afirmou a ativista.
No começo desta semana, chuvas torrenciais atingiram a Emilia-Romagna, no norte da Itália, causando uma extensa inundação na região e deixando ao menos dois mortos.
Em seu perfil no Twitter, o prefeito da capital italiana, Roberto Gualtieri, criticou o protesto, afirmando que o gesto era sem sentido e que houve uma “desfiguração nos monumentos de Roma”.
“Desta vez, magnífica Fonte dos Quatro Rios, na Piazza Navona, foi manchada. As lutas corretas tornam-se erradas se danificam os bens comuns. Não é pondo em risco o patrimônio artístico que se salva o ambiente”, afirmou Gualtieri em uma publicação.
O prefeito ainda informou que a ACEA (principal operadora de serviços públicos da Itália) foi acionada para retirar o material despejado e disse que, apesar de não terem sido registrados danos permanentes, o pó contido no líquido preto “pode ter danificado algumas das partes porosas” da fonte.
“O ambiente e o patrimônio artístico devem ser protegidos com o mesmo empenho”, disse Gualteri em outra postagem.
Esta foi a segunda manifestação contra a crise climática que aconteceu em Roma nesta semana. Na última quinta-feira (4), um grupo de ativistas já havia bloqueado uma rua movimentada no centro da capital italiana para protestar contra a política climática do governo. A ação também teria vindo como um alerta após as inundações que aconteceram no norte da Itália.
Os manifestantes também faziam parte do “Última Geração”. Entre os protestos feitos pelo grupo, os ativistas já chegaram a jogar tinta na ópera La Scala de Milão e na sede do banco estatal CDP. Também jogaram sopa em uma pintura de Van Gogh em Roma e farinha em um carro decorado com Andy Warhol em Milão.
A polícia interveio em poucos minutos para retirá-las.
“De peito e seios nus nas ruas para denunciar a obscenidade do governo, que continua a assistir impassivelmente enquanto seus cidadãos morrem de eventos climáticos extremos e alimenta a causa ao subsidiar sem escrúpulos a indústria fóssil”, disse o movimento em um comunicado.
Depois de meses de seca que levantaram preocupações sobre os baixos níveis do Pó, o maior rio da Itália, fortes chuvas atingiram a região de Emilia-Romagna, no norte do país, nesta semana, causando grandes danos. Ativistas culpam as mudanças climáticas, fomentadas pelo uso de combustíveis fósseis, pelo clima extremo.
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