O PM Reis foi morto em 27 de julho, na Vila Julia. Mesmo usando colete, ele levou um tiro fatal a uma distância superior a 50 metros. No dia seguinte, foi deflagrada a Operação Escudo, e Guarujá recebeu aproximadamente 600 policiais. Desde então, mais de 340 pessoas foram presas, 16 foram mortas e quase uma tonelada de drogas foi apreendida.
Embora o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tenha determinado a manutenção da operação policial por 30 dias, portanto até o final do mês, o delegado Sucupira destacou que inquérito [investigação] sobre a morte do PM, foi concluído com sete indiciados — destes, três presos, entre eles Erickson David da Silva, o Deivinho, acusado como autor do disparo.
Delegado Antônio Sucupira (à dir) concluiu inquérito sobre a morte do PM da Rota, Patrick Bastos Reis (à esq), morto em serviço, em Guarujá (SP) — Foto: Reprodução e A Tribuna Jornal
“A investigação policial eu trato como um grande quebra-cabeça. Você vai atrás de peças e vai montando. Para chegar aonde? Na autoria e na materialidade do crime“, disse o delegado que está há três meses em Guarujá, vindo da capital.
Sobre os indiciados, estes passaram à condição de acusados após o Ministério Público do Estado ter oferecido denúncia à Justiça, que foi aceita.
O delegado ressaltou que não restam dúvidas sobre a ação do trio. Deivinho [acusado de ter atirado], Kauã Jazon da Silva [irmão de Deivinho] e Marco de Assis Silva, o Mazaropi [primeiro a ser detido].
Inquérito confirmou Deivinho (à esquerda) como autor do disparo que matou o PM (ao centro). Kauã também é acusado de participar do crime. — Foto: Polícia Civil e Reprodução
Segundo ele, nos depoimentos prestados, por mais que os irmãos digam que Mazaropi atirou e este aponte o contrário, eles em nenhum momento negaram estar na biqueira — ponto de tráfico –, de onde partiu o disparo.
“Com a prisão desses três indivíduos, eles se acusando entre si, se colocaram no local onde foi feito o disparo”, reforçou.
O delegado ressaltou a importância de as pessoas registrarem denúncias sobre quaisquer crimes nas delegacias, não em sindicatos ou associações. Segundo ele, só assim poderá ser feita uma apuração eficiente.
Quanto aos relatos de abusos, disse não ter recebido denúncias, nem notado tal comportamento dos policiais em operação enquanto esteve em campo. Apesar disso, ressaltou ter feito solicitações durante as investigações, como a perícia nas vítimas e agentes envolvidos em confrontos.
Moradores, familiares de mortos e associações dizem que operação policial, em Guarujá (SP), foi ‘chacina’ — Foto: Diego Bertozzi/TV Tribuna
“Você [a Polícia Civil] pede todas as perícias: na arma [do policial e suspeito], residuográfico [de resquícios de pólvora] na mão dos agentes públicos, na mão da vítima”, explicou.
O teste nas mãos dos agentes e dos mortos, por exemplo, pode indicar se de fato houve confronto, se o suspeito tinha pólvora nas mãos — o que acontece quando se efetua um disparo.
Em relação às câmeras dos uniformes dos policiais que participam da operação, Sucupira ressaltou que estas serão reivindicadas. Ele destacou que, por mais que na maioria dos boletins de ocorrências a informação não esteja presente, os agentes usam o equipamento.
“Durante a investigação vão ser solicitadas as imagens de cada policial, de cada agente público que participou [da operação]”, destacou.
Após o caso, a Polícia Militar iniciou a Operação Escudo, com o objetivo de capturar os criminosos responsáveis pela ação contra os agentes.
As informações foram divulgadas pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite. Segundo ele, Kauã tinha a ‘função’ de ficar posicionado na comunidade Vila Júlia, armado e com um comunicador, pronto para avisar os comparsas sobre a chegada de viaturas policiais ao local.
Antônio Sucupira, delegado titular do DP Sede de Guarujá (SP), em conversa com os jornalistas Matheus Müller e Gustavo Zanarolli (à frente) — Foto: Marcelo Junqueira/TV Tribuna
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