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Bitucas de cigarro podem ser recicladas e virar celulose em Praia Grande, SP; entenda

today14 de janeiro de 2024 11

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A Prefeitura de Praia Grande, no litoral de São Paulo, abriu um chamamento público para empresas que queiram patrocinar a implantação de caixas coletoras de bitucas de cigarro em diferentes pontos da cidade. Os restos do fumo são coletados e passarão por um processo de reciclagem. Eles virarão celulose, matéria-prima do papel, e são destinados à instituições.

A cidade de Votorantim (SP) se tornou a primeira do Brasil a ter uma usina de reciclagem de bitucas de cigarro. O projeto 100% nacional, desenvolvido e patenteado pela Universidade Federal de Brasília e licenciada pela Poiato Recicla em 2014, transforma o material em papel. O município já tem inúmeras caixas coletoras dos resíduos, o que facilita o descarte ecologicamente correto das bitucas, e agora realiza o trabalho em outros municípios.

Em Praia Grande, a comerciante Christiane Arima, de 45 anos, desenvolveu uma bituqueira em um projeto universitário e encontrou a Poiato Recicla. Eles fizeram uma parceria para dar uma melhor destinação ao lixo tóxico em vários pontos da cidade e acionaram a prefeitura para viabilizar a ideia.



Como a administração municipal não tinha a verba necessária para o patrocínio, a Prefeitura de Praia Grande abriu um chamamento público. O objetivo é atrair investidores que custeiem as caixas coletoras, que posteriormente são encaminhadas à usina da Poiato, em Votorantim, para a transformação.

A empresa Poiato busca empresas interessadas em investir nas bituqueiras até o dia 18 de janeiro, quando o chamamento público se encerra. O contrato com a empresa que patrocinar a causa é de 12 meses, podendo ser renovado.

A Prefeitura de Praia Grande informou que o chamamento não envolve dinheiro público e deverá ser financiado 100% pela iniciativa privada. A empresa vencedora terá cinco dias úteis após a publicação do edital com o resultado para apresentar a empresa responsável pelo financiamento. A Secretaria de Meio Ambiente é a esponsável pelo chamamento e acompanhamento da empresa vencedora.

Christiane com equipe da Secretaria de Meio Ambiente de Praia Grande (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Cada bituqueira custa em torno de R$ 250. Segundo Christiane, o ideal seria implementar aproximadamente 50 unidades. Ao g1, a comerciante contou que a Poiato ficará responsável pela instalação dos equipamentos e reciclagem.

Segundo a ela, 2.500 bitucas se transformam em 1 kg de massa celulósica. Apenas em 2023, a empresa recolheu mais de 15 milhões de bitucas de cigarro nas cidades onde já atua.

Como as bituqueiras serão instaladas em espaços públicos, o projeto precisou de autorização da Secretaria de Meio Ambiente. Christiane ressaltou que, apesar de ser um gesto muito nobre, recolher as bitucas das ruas sem a destinação adequada acaba sendo ineficaz. Apenas uma bituca libera cerca de 8 mil toxinas do cigarro.

Modelo de bituqueira que idealizadora apresentou em projeto universitário em Praia Grande (SP) — Foto: Arquivo pessoal

“Não adianta limpar a área da praia e todo esse resíduo ir para o lixão. Isso não faz diferença nenhuma, até piora, porque concentra todas essas toxinas […] Aí que entra a gestão: retirar, fazer a conscientização para as pessoas olharem”. Os valores arrecadados também serão utilizados para material de divulgação e educação de moradores e turistas da cidade.

A Poiato doa a substância celulósica para instituições e Organizações Não Governamentais (ONGs). Em Praia Grande, parte será destinada a mulheres em vulnerabilidade do Núcleo de Assistência Social às Vítimas (Helpp) e à educação pública.

Bitucas em recipiente antes da transformação em massa celulósica — Foto: Arquivo pessoal

De acordo com o biólogo Andreth Oliveira, as bitucas são um sério problema para o meio ambiente e aos animais. Elas levam em média cinco anos para se decompor, pois são feitas de acetato de celulose, de difícil degradação.

“Nesse período, que estão no ambiente, podem ser ingeridas por animais marinhos, causando intoxicação e obstrução no trato digestivo, levando os animais à desnutrição e morte. As toxinas presentes nos filtros, após o descarte da bituca, apresentam vários compostos cancerígenos”, afirmou, citando a nicotina, o alcatrão e os restos de tabaco.

Manuseio de material celulósico no Rio de Janeiro — Foto: Arquivo pessoal

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Por: G1

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