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Bombardeios de Israel deixam 340 mil desabrigados e mais de 1,4 mil mortos em Gaza; metade são mulheres e crianças

today13 de outubro de 2023 12

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Um balanço divulgado nesta manhã pelo governo palestino indica que 1.417 pessoas morreram em Gaza desde o início dos ataques de Israel. Entre elas estão 447 crianças e 248 mulheres.

Em Israel, o número de mortos durante o ataque do grupo terrorista Hamas chega a 1.300. Entre as vítimas também há mulheres e menores de idade. Nesta semana, um oficial do exército israelense chegou a afirmar que até bebês foram mortos em kibutz atacado pelo Hamas.

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, postou em uma rede social fotos que seriam de bebês mortos e carbonizados pelos terroristas do Hamas. Ele disse que mostrou as imagens ao secretário de Estado americano, Antony Blinken, que visita Israel nesta quinta.



Sem água, comida e energia

As autoridades locais em Gaza apelam aos residentes para que economizem água face à crescente escassez — Foto: REUTERS

Em Gaza, os palestinos estão sem água, alimentos e eletricidade, após um “cerco completo” à Faixa de Gaza declarado pelo Ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, nesta semana.

Na terça-feira (10), o Alto Comissário da ONU Volker Türk chegou a afirmar que o cerco é proibido pelo direito humanitário. Em Gaza, hoje, vivem em torno de 2,3 milhões de pessoas. A região tem mais quatro a cinco dias restantes de abastecimento de combustível, segundo a organização internacional.

“Sem eletricidade, os hospitais correm o risco de se transformarem em necrotérios”, afirmou o diretor regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Fabrizio Carboni, nesta quinta-feira (12).

“A miséria humana causada por esta escalada é abominável e imploro às partes que reduzam o sofrimento dos civis”, acrescentou.

A situação humanitária em Gaza é “terrível”, acrescentou nesta quinta-feira (12), o vice-chefe de emergências do Programa Alimentar Mundial da ONU (PMA), Brian Lander.

‘Não haverá exceções humanitárias’

Crianças palestinas são atendidas em hospital de Gaza, que está sob bombardeio de Israel — Foto: Ali Mahmoud/AP

Na contramão do pedido feito pela Cruz Vermelha, Israel disse que “não haverá exceções humanitárias” ao cerco à Faixa de Gaza até que todos os seus reféns sejam libertados.

Acredita-se que 150 pessoas foram levadas para a região de Gaza pelos terroristas do Hamas.

“Ajuda humanitária a Gaza? […] Nenhum hidrante será aberto e nenhum caminhão de combustível entrará até que os reféns israelenses retornem para casa”, postou o ministro da Energia de israelense, Israel Katz no Twitter.

“Isto é diferente, não tem precedentes, as regras mudaram”, disse o reservista israelense Yonatan Steiner, de 24 anos, que voltou de Nova York, onde trabalha para uma empresa de tecnologia.

‘Só com a roupa do corpo’

Quase 220 mil dos desabrigados em Gaza foram alocados em 92 escolas administradas pela ONU, informou a agência de notícias Reuters.

Uma delas foi transformada em abrigo, Hanan Al-Attar, 14 anos, disse que sua família chegou a sair correndo de casa somente com as roupas do corpo, quando bombas caíram nas proximidades. O tio dela chegou a voltar para casa para buscar algumas roupas, mas foi morto quando a residência foi atingida.

“Eles estão bombardeando, por cima, as casas de civis, mulheres e crianças”, disse o seu avô.

Funeral de palestinos da família Samour, mortos em ataques israelenses contra sua casa, em Khan Younis. — Foto: Reuters/Ibraheem Abu Mustafa

Na noite de quarta-feira (11), mais de 8 membros de uma mesma família – conhecida como família Samour – foram mortos após um bombardeio em uma residência, em Khan Younis.

Parentes e amigos correram para o necrotério para recolher os 8 corpos já recuperados pelas equipes de resgate, acreditando-se que mais 10 ainda estejam sob os escombros da casa da família.

Seus corpos foram levados em um caminhão coberto com cobertores floridos do hospital para um terreno baldio na mesma rua dos escombros do prédio, e depois alinhados em mortalhas brancas – uma delas manchada de sangue, enquanto centenas de homens se rezavam nas proximidades.

Os coveiros retiraram terra de uma longa trincheira, marcando sepulturas individuais com blocos de concreto. Um homem segurava a cabeça com uma das mãos enquanto acariciava um corpo envolto com a outra antes de ser colocado na sepultura e uma mulher chorava.

“Estes são os nossos parentes e sogros”, disse Abdelaziz al-Fahem. “Esta é uma família civil que as forças israelenses bombardearam. É um verdadeiro massacre”, acrescentou.

Funeral of Palestinians from Samour family, who were killed in Israeli strikes on their house, in Khan Younis — Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Explosões ecoaram por Gaza durante a toda noite. Bolas de fogo de ataques aéreos pulsavam em vermelho na escuridão acima das cidades e campos de refugiados sem eletricidade para iluminar as ruas.

Do ar, imagens de drones da destruição mostraram buracos entre edifícios de concreto compactados, com tábuas de madeira e barras de metal retorcidas enfiadas nos restos das casas bombardeadas enquanto os moradores as vasculhavam.

Ainda em Khan Younis, um grupo de pessoas ficou em cima dos destroços que restaram da destruição de uma casa por um ataque aéreo. Um colchão, almofadas e lençóis claros estavam sujos de fuligem e poeira em meio aos escombros, aparecendo entre os blocos de concreto.

O corpo de uma mulher foi erguido em um lençol branco e carregado em uma maca por uma multidão de homens e meninos. Uma senhora idosa toda vestida de preto cambaleou por um beco e de repente desmaiou, chorando de tristeza.

Em outro local bombardeado, seis homens correram por uma rua carregando uma maca com o corpo de um homem coberto de poeira, com os membros torcidos. Uma mulher viu quem estava lá e começou a gritar.

As fronteiras de Israel explicadas em mapas

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O que aconteceu até agora?

▶️ Como foi o ataque? As ações se concentraram perto da fronteira da Faixa Gaza, de onde Hamas lançou 5 mil foguetes.

  • Por terra, ar e mar, com motos e parapentes, homens armados invadiram o território israelense pelo sul do país.
  • Houve relatos de que os invasores atiraram em pessoas que estavam nas ruas e sequestraram dezenas de israelenses (incluindo mulheres e crianças), levados como reféns para Gaza.

▶️ Como foi a resposta de Israel? Diante da ofensiva do Hamas, o governo israelense iniciou uma retaliação e bloqueou as fronteiras da Faixa de Gaza, impedindo a entrada de alimentos, eletricidade, água e combustível.

  • “Estamos em guerra e vamos ganhar”, disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, logo após o ataque.
  • “O nosso inimigo pagará um preço que nunca conheceu.”
  • Ainda em 7 de outubro, Israel lançou bombas em direção à Faixa de Gaza.
  • O ministro da Defesa, Yoav Gallant, declarou na segunda-feira (9) que Gaza “não receberia eletricidade, nem alimentos, nem água, nem combustível”. As fronteiras da Faixa de Gaza foram bloqueadas.

▶️ Quantas pessoas morreram? O balanço mais recente das autoridades locais indicava, na manhã de quarta-feira, que mais de 2.700 pessoas morreram. A ONU estima que mais de 338 mil pessoas foram deslocadas em Gaza desde sábado (7).

▶️ O que é e onde fica Faixa de Gaza? É o território palestino localizado em um estreito pedaço de terra na costa oeste de Israel, na fronteira com o Egito.

  • Marcado por pobreza e superpopulação, tem 2 milhões de habitantes morando em um território de 360 km².
  • Para se ter uma ideia desse tamanho em comparação com cidades brasileiras, o território é um pouco maior que o da cidade de Fortaleza (312,4 km²) e menor que o de Curitiba (434,8 km²).
  • Tomada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e entregue aos palestinos em 2005, Gaza vive um bloqueio de bens e serviços imposto por seus vizinhos de fronteira.

▶️ Qual é o histórico do conflito na região? A disputa entre Israel e Palestina se estende há décadas e já resultou em inúmeros enfrentamentos armados e mortes.

Em sua forma moderna, remonta a 1947, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina, sob mandato britânico.

Brasileiros resgatados de Israel relatam momentos de terror

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Grupo de brasileiros é abrigado em escola na Faixa de Gaza

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Por: G1

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