O imóvel onde funcionava a central de monitoramento da facção estava localizado no bairro Catiapoã. No entanto, as imagens obtidas pelo g1 mostram a televisão e o notebook que passavam as imagens das câmeras instaladas em postes da Zona Noroeste de Santos, região onde o PM da Rota foi baleado em fevereiro deste ano. A ação fez parte da Operação Verão.
‘Câmeras do crime’ podem ter ajudado na fuga de suspeitos durante ação que terminou com a morte de PM da Rota — Foto: Divulgação/Polícia Civil e Reprodução
Segundo o delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), as câmeras posicionadas no local onde a equipe do PM Cosmo atuava podem ter monitorado a presença dos agentes e ‘alertado’ os demais criminosos sobre a necessidade de fuga.
“A ação furtiva dos criminosos no momento da incursão da equipe do PM Cosmo foi muito precisa”, explicou o delegado. “A probabilidade deles perceberem a aproximação da PM e conseguirem fugir foi muito eficiente, então, certamente esse sistema já estava em funcionamento”.
Delegado Fabiano Barbeiro, da Deic de Santos, concedeu entrevista coletiva sobre a central de monitoramento — Foto: Thiago D’Almeida/g1
O delegado acrescentou que, embora as câmeras não estivessem posicionadas necessariamente no ponto onde o PM foi baleado, elas filmavam os arredores da região.
“Traçamos um perímetro no ponto onde aconteceu o incidente com o PM Cosmo e fizemos a ação no bairro inteiro. Temos as informações de que o tráfico de drogas ocorre bairro a bairro, então, cada um tem até mais de três pontos de venda coordenado por um grupo criminoso”, explicou Barbeiro.
Câmeras estavam instaladas próximas aos pontos de tráfico de drogas de Santos (SP) — Foto: Divulgação/Polícia Civil
No local, os criminosos controlavam 13 câmeras instaladas perto de pontos de tráfico de drogas de Santos (SP). Segundo apurado pelo g1, os equipamentos eram usados para vigiar a movimentação de policiais. Três homens foram presos e um menor apreendido.
Os policiais da Deic deram cumprimento a 10 mandados de busca e apreensão em locais que eram utilizados pela facção criminosa. Em um desses cumprimentos, os agentes encontraram uma casa onde funcionava a central de monitoramento, em São Vicente.
Câmeras foram instaladas para vigiar a movimentação de policiais em Santos (SP) — Foto: Divulgação/Polícia Civil
A Operação Verão foi estabelecida na Baixada Santista desde dezembro de 2023. No entanto, com a morte do PM Samuel Wesley Cosmo, em 2 de fevereiro, o estado deflagrou no dia seguinte a 2ª fase da ação com o reforço policial na região. De lá, para cá foram 39 mortes de suspeitos.
Policiais militares Marcelo Augusto da Silva, Samuel Wesley Cosmo e José Silveira dos Santos, mortos na Baixada Santista (SP) — Foto: Reprodução/Redes Sociais e g1 Santos
A Defensoria Pública de São Paulo, em conjunto com a Conectas Direitos Humanos e o Instituto Vladimir Herzog pedem fim da operação policial na região e a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais pelos policiais militares.
A Ouvidoria da Polícia de São Paulo e as entidades de segurança pública e proteção de direitos humanos também denunciaram à Procuradoria-Geral de Justiça do Estado irregularidades nas abordagens de policiais durante a Operação Verão na Baixada Santista.
Além das denúncias, o documento conta com uma série de recomendações aos órgãos públicos para que cessem as violações de direitos humanos praticadas pela polícia.
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Por: G1
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