A caravela-portuguesa (Physalia physalis), ou barco-de-guerra-português, vive nas águas de todas as regiões tropicais dos oceanos. Ela possui tentáculos cheios de células urticantes. Apesar de parecer um animal, ela é, na realidade, uma colônia composta por muitos animais inter-relacionados (pólipos).
Jennifer conta que tem o costume de ir à praia, no bairro Vila Tupi, durante a noite acompanhada do irmão de 9 anos e de um primo, de 12. `Pouco antes das 21h, na última quarta-feira (18), quando ela se preparava para ir embora da praia, Jennifer foi surpreendida por uma caravela-portuguesa.
Fotógrafo registra detalhes de caravelas-portuguesas durante aparição em Bertioga, SP — Foto: Rafael Mesquita
“Olhei para o lado direito e vi que ela estava vindo em minha direção. Eu vi aquilo boiando como se fosse uma bexiga. Mesmo à noite, dava para ver, pois ela era bem roxa. Os tentáculos dela estavam bem grandes e rodearam a minha perna. Eu comecei a gritar, e os meninos saíram correndo da água”, lembrou.
A administradora afirmou que a caravela encostou no corpo dela e, na sequência, foi para o fundo do mar. Após sentir a ardência na perna e perceber que foi por conta da caravela, Jennifer disse que correu para pedir ajuda.
Moradora de Praia Grande ficou com partes da perna e do pé inchados e avermelhados após serem queimados por uma caravela-portuguesa — Foto: Arquivo pessoal
De acordo com a vítima, os comerciantes que estavam na Avenida Presidente Castelo Branco, em frente a orla, a socorreram.Ela contou que uma mulher jogou vinagre na região que ficou queimada pela caravela-portuguesa e a Polícia Militar (PM) também a ajudou, perguntando como ela estava e acalmando as crianças.
Enquanto Jennifer era socorrida, a mãe dela chegou para buscá-la. “Ela [a mãe] me levou para casa e colocou mais vinagre. Ficou bem vermelho, mas parou de doer. Não me deu nada grave que precisasse ir ao médico. Ficou bem inchado, mas não tive febre e nem náuseas. Foi o susto e a dor na hora mesmo”.
Jennifer de Oliveira, afirma que uma semana após ser queimada por uma caravela-portuguesa em Praia Grande o inchaço e a vermelhidão diminuíram — Foto: Arquivo pessoal
A administradora afirmou que agora as regiões queimadas pela caravela-portuguesa ainda estão avermelhadas e coçando, mas não há dor. Depois do susto, ela confessa que se sente aliviada, pois o acidente não ocorreu com as crianças.
“Eu nunca ia imaginar que isso poderia acontecer. Agora eu falo: ‘vamos à praia pela manhã, porque a noite é perigoso e a gente não vê o que tem no mar, ou então vamos ficar na areia’. Eu fico aliviada porque a caravela não pegou no meu irmão ou no meu primo. Só eu sei a dor que passei. Graças a Deus não machucou as crianças, porque dói demais”, finalizou.
De acordo com o biólogo Éric Comin, a aparição da espécie nesta época do ano é comum e ocorre devido à uma correnteza marítima chamada Água Central do Atlântico Sul (ACAS), rica em nutrientes e vem para a região no período de primavera e verão.
Comin esclarece que a caravela-portuguesa oferece grande risco, pois pode causar queimaduras de até 3º grau, devido aos seus tentáculos, que liberam uma substância extremamente urticante. A queimadura pode até causar uma parada cardiorrespiratória.
“Um risco muito grande está diretamente relacionado a um animal desse bater na região torácica, principalmente de crianças. Pode ocorrer uma parada cardiorrespiratória”, afirma. O biólogo diz que se o banhista for queimado, ele não deve tocar no local afetado, pois a toxina se espalha para onde a pessoa passa a mão.
O especialista ainda destaca que o melhor é evitar jogar água no ferimento, ou mesmo esfregar a mão com areia. Se possível, o ideal é aplicar vinagre na região afetada até conseguir um atendimento médico adequado.
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