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“O salário mínimo aqui é 760 euros, se eu não me engano. Aí eu pagava 400 euros no quarto. Então, imagina você receber 760 euros e pagar 400 euros?”. Mas a gente se vira. Eu tomo banho na praia quando está sol ou tomo banho nas minhas clientes que eu faço as limpezas”, conta.
Quem também enfrenta essa situação é a empregada doméstica Márcia Álvaro.
“Eu vim para aqui por causa das necessidades, né. Porque lá eu estava pagando absurdamente em um quarto compartilhado e não estava havendo vantagem, porque meu dinheiro estava só saindo”, explica.
Com dificuldades para pagar aluguel em Portugal, brasileiras moram em barracas. — Foto: Reprodução/JN
A prefeitura e a Segurança Social de Portugal afirmaram que estão acompanhando a situação na área, mas não informaram se foi oferecida alguma ajuda para os imigrantes.
A especialista em imigração enfatiza a importância do planejamento antes da mudança e a necessidade de estrutura para evitar que imigrantes se encontrem em situações difíceis.
“Não basta sonhar e mudar, né? Você precisa planejar a sua mudança e vir de forma estruturada. Cada vez mais planejamento é fundamental para quem vai mudar, para que o número de brasileiros não engrosse essa fila de pessoas que vão pedir, de fato, ajuda para voltar. Porque ficam em uma condição que não têm nem dinheiro para passagem”, afirma Patrícia Lemos.
Em Portugal, a chegada de imigrantes cresceu 25% em um ano. Os brasileiros representam quase metade do número total, e muitos têm enfrentado dificuldades para se sustentar.
Em um país de pouco mais de 10 milhões de habitantes, quase 10% dos moradores vieram de fora. Pelo sétimo ano seguido, os portugueses viram o número de imigrantes aumentar: passou de 780 mil para 980 mil.
E de novo, os brasileiros tiveram uma grande participação nesse crescimento. São quase 400 mil vivendo legalmente em Portugal. Os dados oficiais não incluem os cidadãos com dupla nacionalidade europeia nem os que estão em situação irregular.
De acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteira, mais de 150 mil cidadãos do Brasil receberam autorização de residência em 2023 – 36% a mais do que em 2022. O SEF explicou que o aumento foi motivado por uma mudança que digitalizou e acelerou o processo de pedidos.
“As pessoas buscam coisas muito simples: segurança, qualidade de vida, perspectiva de vida para os filhos… E quando olham a Europa, falam: ‘Bom, para onde eu vou? Portugal’. Falamos a mesma língua, tem sol, a adaptação é muito mais fácil do que qualquer outro país da Europa”, afirma Patrícia Lemos, especialista em imigração.
Imigrantes brasileiros enfrentam dificuldades para se sustentar em Portugal
Por: G1
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