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Como o partido republicano foi ‘sequestrado’ pelo trumpismo e por que é tão difícil criar uma ‘via alternativa’

today23 de janeiro de 2024 6

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O cenário republicano, entretanto, não é dos mais animadores para Haley, já que Trump segue como favorito e deve herdar os votos de Ron DeSantis, que desistiu da disputa e declarou apoio ao ex-presidente.

Como explica Fernanda Magnotta, coordenadora do curso de relações internacionais da FAAP e comentarista da rádio CBN, “o partido foi sequestrado por essa ala que lá atrás era minoritária” e até “desacreditada, mas que ganhou muito impulso depois da vitória de 2016”, nas suas palavras. Trump foi eleito presidente em 2016, mas não foi reeleito ao perder para o atual presidente, o democrata Joe Biden.

Foto de arquivo mostra Trump conversando com Nikki Haley, quando ela foi embaixadora dos EUA na ONU no governo do ex-presidnete republicano — Foto: AP/Evan Vucci



“E isso se manifesta, não só no retorno do Trump, na dependência desse personalismo, em particular, mas também na dificuldade que o partido tem em criar, em consolidar, uma via alternativa. E quando eu digo uma via alternativa, eu digo alguém que possa ser essa voz além do trumpismo dentro do partido”, disse ela em entrevista ao podcast O Assunto desta terça-feira (23).

“Porque existem críticos ao trumpismo, mas eles estão diluídos e estão descentralizados de tal modo que não se consegue consolidar esse bloco em um bloco viável politicamente”, complementa.

Em 15 de janeiro, Trump foi o vencedor com folga das prévias em Iowa, na abertura oficial da corrida eleitoral. Nesta terça-feira (23), as prévias acontecem no estado de New Hampshire. As prévias ocorrem em estados e territórios americanos ao longo do semestre e escolherão o candidato do partido à Presidência dos Estados Unidos nas eleições de novembro.

“Me parece que hoje nós temos um partido que se tornou refém do movimento que começou em 2016. O Trump, querendo ou não, foi a oportunidade que os republicanos tiveram de retomar à Casa Branca lá atrás e, desde então, os republicanos não conseguem se desvencilhar desse sequestro”, complementa.”

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Sobre Nikki, a especialista explica que, neste momento, ela é vista entre os republicanos como uma “representante do grupo moderado” — mas numa comparação em relação a outros candidatos. “Para parâmetros comparativos com outros políticos, mesmo no espectro americano, os democratas, ou aqui no Brasil, ela seria, também, uma candidata à direita e para alguns, inclusive, até para uma direita radical”, diz Magnotta.

“A Nikki tem uma história política bastante interessante, porque ela é conhecida na cena dos EUA como aquela pessoa que muda de posição com muita frequência. Ela é daquele tipo que já defendeu posições das mais variadas ao longo da sua carreira.”

Antes das eleições de 2016, Nikki foi uma das maiores críticas do Trump como candidato. Levantou voz contra o trumpismo, disse que era uma vergonha um candidato com o perfil dele e falou abertamente sobre uma série de agendas da qual ela tinha discordância, incluindo as pautas imigratórias, como explica Magnotta.

“Depois, durante a campanha de 16, ela ficou um pouco em cima do muro e em 17 assumiu um cargo de confiança no governo Trump. Ela foi embaixadora do Trump na ONU.”

O que você precisa saber:

O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Carol Lorencetti, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva e Thiago Kaczuroski. Neste episódio colaborou: Sarah Resende.

VEJA CORTES DO PODCAST O ASSUNTO EM VÍDEO




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

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