A condenação, a cinco meses das eleições, passa a ditar o ritmo da campanha. O impacto inicial se refletiu num e-mail para angariar fundos em que o candidato apela: “Sou um prisioneiro político!”.
E nas palavras de Trump, que se vitimizou, ao deixar o tribunal, definindo-se como “um homem muito inocente”, e esbravejou contra o veredicto: “Este foi um julgamento fraudado e vergonhoso. O verdadeiro veredicto será dado pelo povo em 5 de novembro, e todos sabem o que aconteceu aqui”.
Analistas da Fox News corroboraram a ladainha do candidato republicano. “Nós caímos de um precipício”, disse a âncora Jeanine Pirro, ao enumerar erros no caso.
Há ainda um caminho tortuoso nesta condenação. Os advogados de defesa devem recorrer da decisão, e o juiz Juan Merchan deverá determinar a sentença no dia 11 de julho, quatro dias antes do início da convenção do Partido Republicano, em Milwaukee, Wisconsin.
Espera-se, até lá, que o ex-presidente e seus aliados intensifiquem o trabalho para semear dúvidas sobre a condenação e usar a narrativa de vitimização, como já vêm fazendo desde que o julgamento começou. E que seu principal concorrente, o presidente Joe Biden, fixe, por repetição, a marca de condenado em Trump.
Durante as audiências, figuras proeminentes do Partido Republicano desfilaram pelo tribunal para desqualificar as acusações e prestar solidariedade ao ex-presidente. O próprio
Trump transformou o cercadinho na parte externa do tribunal de Nova York em palanque, repetindo duas vezes por dia a sua ladainha de acusações.
As pesquisas sugerem que o veredito inédito na condenação de um ex-presidente terá pouca influência no voto do eleitor-raiz de Trump; dificilmente, ele mudará de ideia. Mas numa eleição disputada, como esta, o rótulo de criminoso deverá pesar entre os indecisos.
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Por: G1
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