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Conselho de Segurança da ONU deve ter ‘pacifistas’, e não ‘atores que fomentam a guerra’, diz Lula

today15 de fevereiro de 2024 4

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“É preciso que tenha uma nova geopolítica na ONU. É preciso acabar com o direito de veto dos países. E é preciso que os membros do Conselho de Segurança sejam atores pacifistas, e não atores que fomentam a guerra”, declarou Lula.

As últimas guerras que nós tivemos, a invasão ao Iraque não passou pelo Conselho de Segurança da ONU, a invasão à Líbia não passou pelo Conselho de Segurança da ONU. A Rússia não passou pelo Conselho de Segurança para fazer a guerra na Ucrânia. E o Conselho de Segurança não pode fazer nada na guerra entre Israel e Faixa de Gaza”, enumerou.

“Ou seja: a única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa, mas que me parece que Israel tem a primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas”, continuou.



'A escala da violência cometida entre 2 milhões de palestinos em Gaza, não encontra justificativa', diz Lula

‘A escala da violência cometida entre 2 milhões de palestinos em Gaza, não encontra justificativa’, diz Lula

Lula falou à imprensa após se reunir com o presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, no Cairo.

O Egito faz fronteira com a Faixa de Gaza – e foi, até o momento, a principal rota de evacuação de estrangeiros atingidos pelo conflito, incluídos brasileiros. A mesma rota é, também, a principal via de acesso terrestre para ajuda humanitária às vítimas da guerra.

Desde o primeiro mandato presidencial, Lula defende uma mudança na estrutura de órgãos como o Conselho de Segurança da ONU, cuja composição permanente é a mesma desde o pós-Segunda Guerra Mundial. As críticas se tornaram mais fortes em meio aos conflitos Rússia-Ucrânia e Israel-Hamas.

No discurso, Lula também disse:

  • que Brasil e Egito apostam na “promoção do desenvolvimento econômico e social como pilares para a paz e a segurança” e combatem “todas as manifestações de racismo, xenofobia, islamofobia e antissemitismo”.
  • que o Brasil voltou a apoiar a iniciativa do Egito de criação de uma “zona livre de armas no Oriente Médio” – similar à que já existe na América Latina.

“De qualquer ângulo que se olhe, a escala da violência cometida entre 2 milhões de palestinos em Gaza, não encontra justificativa. Sempre vimos o Egito como um ator essencial na busca de uma solução para o conflito entre Israel e Palestina”, afirmou Lula, ainda sobre a guerra.

Lula afirma que Brasil e Egito precisam firmar uma parceria estratégica

Lula afirma que Brasil e Egito precisam firmar uma parceria estratégica

Segundo Lula, é “urgente” estabelecer um cessar-fogo definitivo para permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza de forma “sustentável e desimpedida”.

O presidente também repetiu que o Brasil é “terminantemente contrário à tentativa de deslocamento forçado do povo palestino”.

“Não haverá paz sem um Estado Palestino convivendo lado a lado com Israel, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas”, concluiu Lula.

Lula chega ao Egito para agenda oficial de dois dias

Lula chega ao Egito para agenda oficial de dois dias

Lula também defendeu estreitar as parcerias com o Egito. Os dois países completam em 2024 cem anos de relações diplomáticas e firmaram, nesta quinta, novos acordos de cooperação técnica e comercial.

O presidente lembrou que o país africano passou a integrar o Brics, bloco que reúne economias emergentes, entre as quais, Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul.

“No Brics, Vamos trabalhar juntos pela reforma da ordem global e da construção da paz”, disse Lula.

O presidente conta com o apoio do Egito nas prioridades da gestão brasileira à frente do G20, grupo das principais economias do planeta. Lula deseja criar ações globais contra a fome e as mudanças climáticas, além de rediscutir a atuação de organismos financeiros, em especial no socorro aos países mais pobres.

Lula ainda afirmou que Brasil e Egito precisam firmar uma parceria estratégica. Para o presidente, o fluxo comercial atual fica aquém da capacidade dos dois países.

“Queremos uma relação comercial de ganha-ganha”, disse.

Críticas a Israel e à Europa

Após as agendas com Al-Sisi, Lula participou de uma reunião com representantes da Liga Árabes que reúne nações da região.

No discurso, o presidente voltou a criticar o Conselho de Segurança da ONU e repetiu o tom dos comentários sobre a guerra entre Israel e o Hamas, defendendo o término do conflito e o reconhecimento de um estado palestino.

“Vim aqui para reafirmar aos países árabes: da mesma forma que nós somos contra o Hamas, nós somos contra o comportamento de Israel, nós somos contra a guerra porque o Brasil é um país que não tem contencioso com nenhum país do mundo”, afirmou Lula.

Lula criticou o plano israelense de realizar uma ofensiva terrestre em Rafah, cidade no extremo sul da Faixa de Gaza, na fronteira com o Egito, que abriga no momento mais de 1 milhão de pessoas deslocadas por conta da guerra.

O presidente lembrou que o Brasil apoiou a ação apresentada pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça. O tribunal decidiu que Israel deve tomar medidas para evitar um genocídio de palestinos.

“Operações terrestres na já superlotada região de Rafah prenunciam novas calamidades e contrariam os espíritos das medidas cautelares da Corte. É urgente parar com a matança”, declarou Lula.

O presidente também anunciou que o Brasil doará dinheiro para financiar a agência das Nações Unidas de assistência aos palestinos (UNRWA). Ele não informou o valor da contribuição.

Países como EUA, Canadá, Reino Unido e Itália anunciaram a suspensão de repasses à agência. O órgão informou em janeiro que abriu investigação sobre funcionários suspeitos de envolvimento nos ataques do Hamas em Israel.

“As recentes denúncias contra os funcionários da agência [da ONU] precisam ser devidamente investigadas, mas não podem paralisá-la. Refugiados palestinos na Jordânia, Síria e Líbano também ficarão desamparados. Basta de punições coletivas”, disse Lula.




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Por: G1

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