Peixe-elefante foi encontrado, na última quarta-feira (8), na praia do Ocian em Praia Grande, no litoral de São Paulo — Foto: Instituto Biopesca/Divulgação
Um peixe-elefante (Callorhinchus callorhynchus) foi encontrado morto por um pescador na praia do Ocian em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Segundo apurado pelo g1 nesta sexta-feira (10), o animal é considerado extremamente raro e não é comum em praias brasileiras porque vive no fundo do mar e raramente sobe até a superfície.
O pescador Sandro Gomes entregou o peixe-elefante ao Instituto Biopesca após encontrá-lo sem vida. Segundo o Instituto, Gomes é parceiro do trabalho de monitoramento de capturas acidentais realizado pelo Laboratório de Biologia e Conservação de Organismos Pelágicos (Labcop) da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Peixe-elefante é encontrado morto, na última quarta-feira (8), em Praia Grande, no litoral de São Paulo — Foto: Instituto Biopesca/Divulgação
Segundo apurado pelo g1, a causa da morte do animal não ficou evidente e o Instituto Biopesca afirmou que não tem dados suficientes para explicar o aparecimento da espécie na superfície.
Ao g1, o biólogo do Instituto Biopesca, Itálo Bini, disse que o peixe-elefante possui um espinho na nadadeira dorsal que é móvel, mas que não oferece risco para as pessoas. A espécie é uma quimera, animal que pertence a um grupo de peixes cartilaginosos, os chondrichtchyes, o mesmo de raias e de tubarões.
“Assim como tubarões e as raias, essa espécie tem um esqueleto cartilaginoso. O espinho móvel e esse indivíduo, em especial, tem um focinho com uma probóscide, uma característica semelhante à uma tromba”, disse.
Segundo o biólogo, a espécie vive em profundidades em torno de 170 metros, mas há registros de ocorrência em profundidades maiores, de 481 metros. Por isso, a aparição é rara porque essa espécie habita regiões mais profundas.
Raro no Brasil, peixe-elefante é encontrado por pescador na praia do Ocian em Praia Grande, SP — Foto: Instituto Biopesca/Divulgação
No Brasil, o peixe-elefante se distribui entre a costa do Rio de Janeiro até a do Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina, Chile e Peru. De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), ele está classificado como ameaçado de extinção.
“O achado desse animal pode gerar diversas pesquisas, dependendo das análises realizadas. No momento, ela está sendo estudada pela Unesp, universidade parceira do Instituto Biopesca e, posteriormente, deverá integrar uma coleção zoológica”, finalizou.
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