Criança de 10 anos vence Sarcoma de Ewing em quatro regiões do corpo, no litoral de São Paulo. — Foto: Arquivo Pessoal
Guilherme Kalebe Saldanha, de 10 anos, venceu um câncer raro após um ano de tratamento em Santos, no litoral de São Paulo. O garoto foi diagnosticado em setembro do ano passado com Sarcoma de Ewing nas regiões da pelve, sacro, cóccxi e pulmão.
A mãe do menino, Noabia Saldanha, de 41 anos, lembra que antes de descobrirem o câncer Guilherme sentia fortes dores na região do quadril e, durante consultas médicas, o ortopedista pediu exames de tomografia e ressonância. Foi quando os tumores foram detectados.
Noabia contou que o primeiro sentimento foi de negação. “Eu não acreditava com o resultado dos exames. Me culpei achando que eu não cuidava da saúde do meu filho”.
Ela explicou que desde o começo o filho passou por tratamento intensivo. “A médica disse que ele [Guilherme] precisava fazer sessões de quimioterapia e radioterapia. E que não poderia mais frequentar a escola por causa da imunidade. Eu achei que meu filho não ia aguentar”, contou.
“Eu vivi um ano no hospital. Eu e meu filho saíamos de Praia Grande [onde moram] e íamos fazer o tratamento em Santos. Ele foi um guerreiro”, conta a mãe.
Noabia sempre teve esperança na recuperação de Guilherme, mas afirma que era ele quem passava tranquilidade a ela. “A cada etapa, ele dizia que ia ficar bom. Quando precisava de ajuda com doação de sangue, ele me confortava dizendo que iria conseguir”, lembrou.
Após um ano, Noabia recebeu a notícia de que o filho estava curado da doença. “Quando a médica disse que as sessões tinham tido efeito e que o Guilherme estava de alta médica, eu chorei muito de alegria. Tinha chegado a hora de tocar o sino vitória”, disse.
Guilherme Kalebe fez a última sessão de quimioterapia e tocou o sino da vitória, em Santos. — Foto: Arquivo Pessoal
Na última quinta-feira (16), o menino recebeu alta do hospital. “Ver ele sorrindo e ouvir o barulho do sino foi maravilhoso. Passou um filme de um ano da minha vida”, contou.
Guilherme não só deixou o hospital, como poderá voltar à escola. “Ele terá que fazer um acompanhamento a cada dois meses para manutenção e exames de rotina. É uma grande conquista e, aos poucos, a vida começa novamente”, finaliza Noabia.
O Sarcoma de Ewing é o segundo tumor ósseo mais frequente na infância e adolescência. Geralmente a doença atinge os ossos da pelve (quadril), tórax (costelas) e ossos longos como o fêmur e úmero (no braço).
Os sintomas iniciais são variados, mas inicialmente pode ser percebida uma massa ou um inchaço no local do tumor. Outro sintoma é a dor no local.
A dor pode ser causada tanto pelo crescimento do tumor como por uma fratura do osso enfraquecido pela doença.
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