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Eclâmpsia tardia matou mulher de 54 anos após dar à luz gêmeas, revela laudo: ‘é raríssimo’, diz médico

today8 de março de 2023 5

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A causa da morte consta em laudo anatomopatológico [por biópsia] do Serviço de Investigação de Óbito (SVO). Segundo Marcondes, o caso é considerado algo ‘raríssimo’ de acontecer. “A eclâmpsia tardia ocorre 7 dias, 8 dias depois. Ganhou neném, está feliz da vida e, de repente, subiu a pressão. No caso dela, a descompensação [incapacidade de o organismo restabelecer o equilíbrio físico] se deu uma semana após o parto”.

Segundo o especialista, é ‘praticamente impossível’ identificar previamente a eclâmpsia tardia. “Você não tem prevenção porque a pessoa tem a pressão normal, está tudo normal, com a vida normal e, de repente, dá um pico e [a mulher] morre de uma hora para outra. É raríssimo. Vi um caso desses uma vez e não tem relação com a idade, tinha 36 anos e foi 10 dias após o parto”.

Além da eclâmpsia tardia, o médico explicou que existe também a pré-eclâmpsia que ocorre quando a pressão começa a subir no 8° mês de gestação e é necessário interromper rápido a gravidez. “Muitas pacientes não resistem, entram em convulsão, têm hemorragia, derrame e isso com o bebê dentro da barriga. A placenta e o bebê provocam esse distúrbio e a subida da pressão”.



O médico descartou que a doença possa ter sido causada pelo procedimento de fertilização ‘in vitro’. “Não tem nenhuma relação com isso. É um acontecimento raro, obstétrico, mas ele existe infelizmente e é o que choca a gente. Você não está lidando com uma pessoa doente, está lidando com uma pessoa sadia”.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso foi registrado como morte natural e, por este motivo, não foi encaminhado ao IML, mas sim ao SVO.

Procurada, a Prefeitura de Santos informou que o serviço é de responsabilidade do Estado. No entanto, a Secretaria Estadual de Saúde negou e disse que o município que responde pela atividade. O g1 também entrou em contato com o Hospital Ana Costa, que disse não ter autorização para dar informações.

Rosemeire Aparecida Ribeiro morreu uma semana após realizar o sonho de ser mãe — Foto: Alexsander Ferraz/A Tribuna Jornal

Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a pré-eclâmpsia é uma doença multifatorial e multissistêmica, específica da gestação, que é diagnosticada pela presença de hipertensão arterial associada à proteinúria [presença de proteína na urina, geralmente, a albumina].

A pré-eclâmpsia, geralmente, está associada a maior comprometimento do desenvolvimento placentário e da circulação uteroplacentária. Já a de início tardio, frequentemente, associa-se a síndromes metabólicas, inflamação e comprometimento endotelial crônicos, sendo comum a presença de obesidade e doenças crônicas.

Rosemeire morreu uma semana após realizar o sonho de ser mãe — Foto: Arquivo Pessoal

Em entrevista ao g1, Rosemeire contou que não tinha pressão alta ou diabetes, além de ter ressaltado o cuidado com cada exame feito antes de engravidar. Segundo ela, a decisão pela fertilização ‘in vitro’ foi tomada junto com o marido, o controlador de acesso Alexandre Carvalho, de 49 anos, assim que foi ‘liberada’ nos ‘testes’.

Na ocasião ela disse ter contado com o apoio da família me apoiou muito e que todos ficam muito felizes.

“Sempre sonhei com isso [ser mãe] e achava que, um dia, aconteceria. O tempo estava passando, mas tinha aquilo dentro de mim, dizendo que aconteceria de alguma forma. É muito gratificante. É um amor sem fronteiras”, contou Rosemeire.

Durante a entrevista, a aposentada explicou também sobre as mudanças no próprio corpo e a decisão pela gravidez. “No geral, graças a Deus, foi muito tranquilo. É claro que o corpo vai mudando por conta de uma ‘coisinha ou outra’. Os hormônios vão ‘explodindo’ de alguma forma, mas, sobre alterações em exames ou algo do tipo, nada. Dessa forma, eu decidi fazer. Se eu tivesse esses problemas, aos 54 anos, não traria uma criança [ao mundo] para sofrer“.

A mulher contou ainda que, nos últimos três meses antes do parto, passou a ficar mais ‘inchada’, mas acrescentou que a situação também teve acompanhamento médico e, por isso, não a preocupava. “O inchaço nas pernas é normal no final da gestação. Tínhamos a preocupação de trombose, mas fiz exames, pois o meu médico queria que fizéssemos tudo certinho, e não deu nada“.

Rosemeire Aparecida Ribeiro deu a luz às gêmeas Aylla e Antonella — Foto: Arquivo Pessoal

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Por: G1

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