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‘Eixo da resistência’: a rede de influência (e os adversários) do Irã no Oriente Médio

today21 de abril de 2024 13

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Apesar de as duas nações serem inimigas, um ataque direto é um fato inédito: até a semana passada, os dois só atacavam alvos do outro em um terceiro país –ou, como o Irã costuma fazer, de forma indireta, dando apoio a grupos aliados espalhados pela Península Arábica que também são inimigos de Israel. É o chamado “Eixo da Resistência”.

Essa política de dar apoio a grupos em outros países nasceu, segundo a publicação, de um reconhecimento, por parte do Irã, de sua própria fraqueza: ele não teria força suficiente para entrar em confronto com seus grandes inimigos, como a Arábia Saudita, Israel e os Estados Unidos.

A Arábia Saudita, o principal rival do Irã no mundo árabe, é um país sunita, outra vertente do Islã.



Veja abaixo a rede de influência do Irã pela região e quais são os grupos que o país cultiva para fazer frente aos adversários geopolíticos.

Irã sofre ataque aéreo nesta sexta-feira (19); drones seriam israelenses

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Do Irã para o exterior: Força Quds

Esmail Qaani, chefe da força Quds do Irã — Foto: Khamenei.IR/AFP

A Força Quds é uma combinação de forças de operações especiais e inteligência (ou seja, um grupo de espiões e pessoas que tentam obter informações estratégicas de outros países).

O grupo surgiu como parte da Guarda Revolucionária Islâmica.

O nome significa Jerusalém em farsi e árabe (é uma referência à missão de “libertar” a cidade hoje comandada por Israel).

A organização opera de forma secreta e também aberta em várias regiões do mundo —ela está associada ao grupo Hezbollah no Líbano, assim como a milícias xiitas no Iraque e Afeganistão.

A Força Quds foi acusada de diversos ataques, incluindo um atentado em Beirute em 1983, e de fornecer armas na Síria para apoiar o regime de Bashar al-Assad, além de armar e treinar o Talibã no passado.

O grupo apoia e dá assessoria a grupos estrangeiros, mas evita participar diretamente em conflitos que possam levar a confrontos com os EUA.

Estima-se que haja contingente de 5 mil e 10 mil pessoas.

Membros do Hezbollah desfilam durante um comício que marca o Dia de Al-Quds nos subúrbios ao sul de Beirute — Foto: Mohamed Azakir/Reuters

O primeiro desses grupos que receberam apoio do Irã, segundo o estudo do IIEE, foi o Hezbollah, no Líbano. Os xiitas não são maioria no Líbano, mas são o maior grupo (além de sunitas, também há uma presença significativa de cristãos no país). Conforme o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, a comunidade xiita do país tem boas relações com o Irã.

Nos primeiros anos da Força Quds, as duas principais missões foram a guerra contra o Iraque e estabelecer uma relação com o Hezbollah.

A relação segue até hoje, e os métodos foram se atualizando —por exemplo, há evidências de que no passado recente o Irã começou a treinar o Hezbollah a fazer ataques cibernéticos.

O Hezbollah frequente entra em conflito com Israel –após o começo da guerra entre o grupo terrorista Hamas e as forças israelenses, em outubro de 2023, isso ficou evidente. Os israelenses anunciaram nesta semana que mataram líderes do Hezbollah em território libanês.

Iraque: grupos xiitas no país

Pessoas comemoram a chegada do ano novo em Badgá, no Iraque. — Foto: Ahmad Al-Rubaye/ AFP

Outro país onde os iranianos têm muita influência é o Iraque. Os dois têm uma longa fronteira e, nos anos 1980, se enfrentaram em uma guerra de oito anos. O Irã não conseguiu derrotar Saddam Hussein, o líder iraquiano.

Anos mais tarde, no entanto, os iranianos tiveram uma ajuda inesperada.

Em 2003, os Estados Unidos começaram a atacar o Iraque sob a alegação de que o país tinha armas de destruição em massa. Os americanos estavam errados –os iraquianos não tinham esse tipo de armamento–, mas fizeram algo que o Irã não conseguiu durante oito anos de guerra: derrubaram Saddam Hussein.

Saddam era um sunita que governava um país de maioria xiita.

Entidades xiitas no Iraque aliadas do Irã:

  • Asaib Ahl al-Haq (AH)
  • Organização Badr
  • Harakat Hizbullah al-Nujaba (HHN)
  • Kataib Hizbullah (KH)

Síria: o governo de Bashar al-Assad

A partir de 2011, a Síria entrou em uma espiral de violência e guerra civil. O presidente Bashar al-Assad ficou ameaçado, mas se ele caísse, o Irã iria perder um parceiro estratégico.

A guerra na Síria virou um teste da doutrina militar do Irã. Assim como no Iraque, a Força Quds assumiu a liderança, moldando as operações do Irã para proteger santuários xiitas de militantes sunitas e para sustentar o próprio regime de Assad.

“Aos poucos, o Irã admitiu que um número de voluntários iranianos estava lutando no conflito”, diz o estudo do IIEE.

Apoiadores de Bashar Al-Assad exibem fotos do presidente e bandeiras da Síria — Foto: Hassan Ammar/AP Photo

Os houthis se tornaram uma poderosa força militar no Iêmen — Foto: REUTERS

Em 2014, aconteceu algo inesperado: os houthis conseguiram tomar a cidade de Sanaa.

O Irã começou a fornecer armas e dar apoio econômico aos rebeldes –na prática, firmou um compromisso com os houthis, e o êxito da medida é uma forma do Irã mostrar que tem poder na região, especialmente para o grande inimigo na Península Arábica, a Arábia Saudita.

Desde o começou da guerra na Faixa de Gaza, após o grupo terrorista Hamas ter atacado Israel, em 7 de outubro de 2023, os houthis têm atacado Israel e também embarcações que passam pelo Mar Vermelho.

A escalada do conflito Irã x Israel

As Forças de Defesa de Israel afirmaram que conseguiram interceptar 99% dos artefatos lançados. Entretanto, a mídia iraniana disse que mísseis conseguiram furar a proteção israelense.

O governo de Israel afirmava que iria retaliar, o que, segundo a imprensa americana, ocorreu nesta quinta (18).




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

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