O crime ocorreu no sábado (25), na Rua 1º de junho, no bairro Paecará, no distrito de Vicente de Carvalho, onde Edgar mantinha um empreendimento destinado a festas, o ‘Fort Eventos’. Ele chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Guarujá, mas não resistiu aos ferimentos. Ninguém foi preso.
A equipe de reportagem teve acesso à ficha de antecedentes criminais de Edgar que tem ao menos cinco registros, entre eles o roubo de um carro em 15 de abril de 2006, no bairro Tombo, em Guarujá. Ele foi condenado a um ano e quatro meses de prisão.
Na ocasião, Edgar afirmou à Polícia Civil que viu o veículo ser abandonado por dois homens e resolveu levá-lo para tirar as rodas. Ao virar a esquina, foi abordado por uma equipe da Polícia Militar (PM). Já para o juiz, ele disse que passou próximo ao carro com as portas abertas e os PMs o confundiram.
Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que o empresário deu entrada no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente (SP) em 7 de novembro de 2007. Meses depois, em 20 de novembro de 2008, ele teve a liberdade provisória concedida pela Justiça.
Pré-candidato a vereador de Guarujá (SP), Edgar do Fort é morto a tiros na cidade. Ele foi preso em 2017 por roubar um carro — Foto: Reprodução
Edgar fez parte de duas associações que, de 2012 a 2017, usaram paralisações, bloqueios, ameaças e até violência física para eliminar a concorrência e concentrar nelas atividades de transporte de contêineres vazios.
Os denunciados — entre eles Edgar — monitoravam os embarques e desembarques realizados nos terminais portuários para que todas as atividades fossem realizadas por caminhoneiros, que eram obrigados a comprar ou alugar vagas nas associações. Caso outros veículos fossem vistos, os homens intimidavam e violentavam os motoristas.
Os responsáveis pelas entidades, assim como Edgar, foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP). O processo ainda segue no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP).
Edgar do Fort morreu após ser baleado por suspeitos durante reunião política em Guarujá (SP) — Foto: Reprodução
De acordo com o boletim de ocorrência, obtido pela equipe de reportagem, uma testemunha que se apresentou como namorada e secretária de Edgar informou que a vítima estava em um escritório, no andar térreo do espaço de eventos que mantinha, onde estava acontecendo a reunião.
A mulher contou à polícia ter sido chamada pela filha do empresário para fora do prédio. Ela saiu da sala, enquanto Edgar continuou conversando com um homem.
Pouco tempo depois, segundo a namorada, um carro carro cinza estacionou em frente ao empreendimento e um homem desceu do veículo com uma arma longa. De acordo com o relato, ele entrou no escritório e disparou várias vezes contra Edgar.
Ainda de acordo com o BO, a namorada e a filha da vítima entraram no escritório para socorrer Edgar, que foi levado ao Hospital Guarujá por pessoas que estavam presentes na reunião.
Um médico que atendeu a vítima contou à polícia que ela foi alvejada por ao menos 10 disparos na região das pernas. Apesar das tentativas da equipe, a morte foi confirmada na unidade de saúde.
Elas disseram ter visto o homem com quem a vítima conversava com o braço sangrando, como se tivesse sido atingido. O g1 questionou a polícia sobre o suposto ferido, mas não teve resposta.
O caso foi registrado na Delegacia de Polícia (DP) Sede de Guarujá e será encaminhado ao 2º Distrito Policial (DP) da cidade, que é responsável pela área onde aconteceu o crime.
Empresário e pré-candidato a vereador por Guarujá, SP, foi executado durante reunião política — Foto: Reprodução
Edgar do Fort se apresentava nas redes sociais como pré-candidato a vereador da cidade pelo Avante.
Pouco antes de ser executado, Edgar publicou ter ajudado moradores do Jardim Cunhambebe com a limpeza de uma vala. “Mais um trabalho concluído”, escreveu ele.
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