O laudo pericial do Instituto Médico Legal (IML), obtido pela reportagem, aponta que a causa da morte foi “choque séptico”, ou seja, uma infecção generalizada foi causada pela perfuração. Conforme apurado pela reportagem, a parte do intestino grosso perfurada é chamada de “cólon sigmoide”.
Segundo o médico coloproctologista Ricardo Mendonça Costa Júnior, trata-se de uma porção do órgão que fica do lado esquerdo do abdômen. “A importância dele para o corpo é a formação do bolo fecal, absorção de água e eletrólitos [substância que pode formar íons positivos e negativos]”.
Ainda de acordo com o profissional, em casos de perfuração, uma cirurgia deve ser feita com urgência, uma vez que há o risco de “cair conteúdo fecal na cavidade abdominal“. O médico acrescenta que “sem o procedimento cirúrgico de emergência, essa condição pode levar a septicemia, que é a infecção generalizada, e consequentemente ao óbito”.
O Hospital Municipal de São Vicente, no litoral de São Paulo, onde Cleonice morreu, alegou à família da vítima, em documento, que foi realizada uma laparotomia exploratória [manobra cirúrgica que envolve uma incisão através da parede abdominal para acessar a cavidade abdominal].
O documento, obtido pelo g1 (veja abaixo), aponta ainda que foi localizada uma determinada quantidade de pus, além da citada perfuração.
Hospital Municipal de São Vicente (SP) informou a família da vítima sobre os procedimentos realizados — Foto: Arquivo pessoal
Hospital Municipal de São Vicente
Em nota ao g1, a Prefeitura de São Vicente disse, por meio da Secretaria de Saúde (Sesau), que a paciente recebeu “acolhimento e todos os cuidados necessários” no Hospital Municipal de São Vicente.
“A Sesau esclarece que, de acordo com o Artigo 74 do Código de Ética Médica, os profissionais de saúde são proibidos de “revelar fato de que tenha conhecimento em virtude de exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente”, complementa a prefeitura.
A professora aposentada Cleonice Antônio Santos, de 48 anos, morreu após ser violentada com um cabo de vassoura em São Vicente. Ao g1, a artesã Luzinete Aragão, prima da vítima, alega que a família suspeita do namorado de Cleonice, que é considerado suspeito pela polícia e está foragido.
Um boletim de ocorrência foi registrado no 1º Distrito Policial de São Vicente segunda-feira (15), dia em que Cleonice morreu. A filha dela informou à Polícia Civil que, segundo relatado pelo próprio namorado da mãe, Cleonice teria sido socorrida por ele após “se sentir mal”.
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