Gisele Torres, de 35 anos, pede a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do motorista do automóvel, a quem o carro foi devolvido após a colisão — a vítima teve a morte confirmada no local. As polícias Civil e Militar não responderam o motivo de não terem avisado a família.
O acidente aconteceu no último dia 15, na Padre Manoel da Nóbrega, sentido São Paulo, na altura do km 289. Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMR), o motorista do carro BMW/X1 se recusou a fazer um teste do bafômetro. A moto foi encaminhada à perícia.
“Fui atrás de notícias dele. Acabou que eu parei na [posto da PM] Rodoviária, na Curva do S, e fiquei sabendo. [O atropelamento] foi praticamente no quintal de casa e ninguém me comunicou”, afirmou a mulher.
Gisele contou que o marido, que era servente e estava a caminho do trabalho em Cubatão (SP) quando foi atropelado e morreu. A colisão aconteceu por volta das 5h, mas ela afirmou só ter descoberto às 19h, quando resolveu ir atrás do marido por achar estranho o “sumiço”.
De acordo com a mulher, dentro da carteira da vítima havia um papel com o endereço, telefone e e-mail da vítima e da própria esposa.
À reportagem, o advogado da família da vítima, Marcelo Cruz, informou que entrou com um pedido de multa e suspensão imediata da CNH do condutor do veículo envolvido da ocorrência. “Nenhum familiar do motorista entrou em contato com ela [Gisele] até agora, sequer o motorista”.
Motociclista não resistiu aos ferimentos após acidente na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em Praia Grande (SP) — Foto: CCI/Divulgação
Gisele reclamou que o carro foi devolvido ao motorista, enquanto, a moto foi encaminhada à perícia, como consta no Boletim de Ocorrência (BO). A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) à época da batida.
O g1 questionou a SSP-SP novamente sobre a situação do carro que, desta vez, em nota, alegou que os dois veículos envolvidos no acidente passaram por perícia.
A pasta disse, ainda, que os laudos do Instituto de Criminalística (IC) estão em processo de elaboração e, assim que concluídos, serão analisados pela autoridade policial.
Segundo a Polícia, o responsável pelo acidente não apresentava sinais de embriaguez. No entanto, se recusou fazer o teste do bafômetro. O homem foi penalizado pela PM com um auto de infração de trânsito e encaminhado à Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Praia Grande, mas não ficou preso.
“A vida do meu marido não vale de nada? Ele deixou duas filhas [de 10 e 16 anos] e a esposa […]. Um pai e marido excelente. Não tem o que falar dele. Era o meu companheiro. Em todos os momentos, ele estava presente ali para tudo, a gente fazia tudo junto”, disse Gisele.
Gisele Torres quer justiça pelo marido David Bulhões, que morreu após ser atingido por carro de luxo, em Praia Grande (SP) — Foto: Arquivo Pessoal
“[O motorista] tirou uma vida e nem se importou com os familiares. Não tem lógica”, finalizou Gisele.
A reportagem tentou contato com o motorista envolvido na colisão e com a defesa dele, mas não foram localizados até a última atualização desta matéria.
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