No começo do ano, após seis meses de curso na SolBridge International School of Business, em Daejeon, Fernanda contou ao g1 ter sofrido um choque cultural, principalmente pela dificuldade com o idioma. Passado quase um ano, o ambiente mudou, está mais favorável e ela, inclusive, foi selecionada uma das embaixadoras da organização de turismo de Daejeon.
O principal facilitador nesse processo, de acordo com a estudante, é o entendimento do idioma. Ela afirmou já entender o suficiente para atender as próprias necessidades, interagir com os amigos e conhecer ainda melhor a cultura do país.
De acordo com Fernanda, como uma das embaixadoras da organização de turismo, ela teve a oportunidade de participar de eventos de inovação e tecnologia na cidade, como o Daejeon Science Festival, aplicativos de realidade aumentada, inteligência artificial e shows de robôs.
“Temos contato com pesquisadores e especialistas da área, mas também promovemos atividades da cidade como concertos de música clássica à luz de vela, reciclagem [transformar garrafas em lanternas], visitar o observatório. Foi bem divertido, e tínhamos um grupo bem diverso”, disse a estudante que, na universidade, trabalha como assistente de pesquisa de um professor coreano.
Mesmo longe, um gostinho de casa
“Já viajei por várias cidades da Coreia, especialmente durante o verão quando tive tempo livre. Fui para Busan, Seoul, Jeonju, Tongyeong, Pohang, Sangju, Ulsan, Daegu, Sejong, Cheongju, Gwanju… Aqui é bem acessível viajar por ônibus e trem, especialmente porque o país é muito pequeno”, comentou a estudante.
A diferença de costumes, fato que ela já havia observado com pouco tempo no país, continua uma questão. Falar alto em lugares públicos é algo que os nativos desaprovam, por exemplo.
Dos lugares já visitados por ela, a lembrança da passagem pela praia em Busan ficou marcada com carinho. Por alguns momentos, Fernanda recordou da terra natal. “Foi muito divertido para mim ir à praia, porque eu moro [nasceu] em São Vicente”.
“Eu sentia muita falta do mar, e é sempre uma coisa que me acalma bastante. A praia é bonita, mas é muito pequena comparada com as do Brasil”, disse.
Os diferentes costumes e hábitos de alimentação, no entanto, não apagam a opinião positiva que a jovem formou do país. Para ela, a oportunidade de andar de madrugada pelas ruas sem se preocupar em ser violentada ou roubada é um dos pontos positivos da cidade onde vive.
“A segurança do país eu acho que é a número um, porque eu sou uma pessoa muito distraída e, no Brasil, eu não saía de casa por causa da violência. Aqui, simplesmente eu posso deixar a mochila e ninguém vai pegar. As pessoas também são muito honestas”.
Fernanda Boche já visitou diversas cidades da Coreia do Sul durante a estadia no país. — Foto: Arquivo pessoal
Com toda a saudade acumulada, Fernanda não sabe ao certo quando voltará ao Brasil para visitar a família e os amigos devido ao elevado preço da passagem. Daqui a duas semanas, ela parte rumo a uma nova aventura no Japão, outro país asiático que ela sempre sonhou em conhecer.
Em junho de 2026, quando se formar, o plano é continuar a estudar em um mestrado nos Estados Unidos ou Europa. Enquanto esse dia não chega, ela aprende a superar a timidez, desenvolver a criatividade para defender seus pontos de vista e nutrir amizades.
“Eu tenho um grupo de amigos muito diverso e aprendemos um pouco com cada um todos os dias. Eu acho que as amizades são a melhor parte aqui da faculdade, porque eu me apeguei muito às pessoas. Como a gente não tem nossa família aqui, a gente vai crescendo junto pelos desafios e nos apoiando”.
Fernanda (de preto, à esquerda) com os colegas na cidade de Jeonju. — Foto: Arquivo pessoal
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