A instituição de ensino daria preferência a filhos de seus ex-alunos ou de doadores no processo de admissão, uma tradição criticada por favorecer estudantes brancos.
Os advogados das associações que denunciam a Universidade divulgaram nesta terça-feira (25) uma carta do Departamento de Educação informando que a divisão de direitos civis da entidade está conduzindo a investigação.
Essa agência federal confirmou a informação ao The New York Times.
Foto de 2019 mostra alunos perto da biblioteca Widener, na Universidade Harvard, nos EUA — Foto: Charles Krupa/Arquivo/AP Photo
Harvard, assim como muitas universidades americanas, facilita a admissão de filhos de ex-alunos.
De acordo com as três associações demandantes, 28% dos graduados da instituição em 2019 tinham um pai ou outro parente graduado lá. Além disso, elas alegam que 70% dos solicitantes que se beneficiam dessa vantagem são brancos.
No entanto, no final de junho, a Suprema Corte dos Estados Unidos pediu o fim dos programas de ações afirmativas nos processos de admissão universitária, uma das conquistas da luta pelos direitos civis na década de 1960, que havia contribuído para reforçar a diversidade étnica nas universidades.
Monumento “A Contemplação da Justiça” posicionado do lado de fora da Suprema Corte dos EUA — Foto: Evelyn Hockstein/REUTERS
Sem esses programas, “é ainda mais importante eliminar práticas que prejudicam sistematicamente os estudantes de cor”, escreveram os representantes legais do Lawyers for Civil Rights Boston na ação, que acusa a universidade de discriminação.
Em comunicado enviado à AFP nesta terça-feira, Harvard declarou estar revisando todo o seu processo de admissão para cumprir com a decisão da Suprema Corte e “fortalecer sua capacidade de atrair e apoiar uma comunidade intelectual diversa”.
Harvard e a Universidade da Carolina do Norte, entre outras instituições competitivas de ensino superior nos Estados Unidos, levam em consideração a raça ou origem étnica dos candidatos para garantir a diversidade do corpo discente.
Aluno caminha em jardim de universidade nos Estados Unidos em foto sem data — Foto: Divulgação/Delaware State University
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, embora não tenha comentado diretamente sobre a investigação nesta terça-feira, disse que o presidente Joe Biden é geralmente contra as chamadas “admissões hereditárias”.
Biden deixou claro que “as admissões hereditárias impedem nossa capacidade de criar um corpo discente diversificado”, afirmou.
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Por: G1
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