Filhos mais velhos de Silvio Berlusconi tocarão império, diz testamento

Marina e Pier Silvio Berlusconi, que já têm cargos executivos em partes do negócio, deterão participações iguais que representam 53% das ações do holding da família Fininvest.

Os cinco filhos de Berlusconi disseram em um comunicado que “nenhum acionista exercerá o controle indireto individual geral da Fininvest SpA, anteriormente exercido por seu pai”.

A fortuna, estimada em cerca de 6,4 bilhões de euros (aproximadamente R$34 bilhões), será dividida entre todos os filhos, sua última “esposa”, seu irmão mais novo e um parceiro de negócios.

Marta Fascina e Berlusconi nunca se casaram, mas no ano passado eles trocaram alianças em uma cerimônia simbólica e ele a chamou publicamente de sua “esposa”.

Barbara, Eleonora e Luigi Berlusconi, seus três filhos do segundo casamento, estiveram menos envolvidos nos negócios da família.

Berlusconi, que morreu em 12 de junho aos 86 anos, assinou o testamento em 2006. Ele finaliza o documento com as palavras: “Obrigado, muito amor para todos vocês, seu pai.”

As ações B da MFE na bolsa de valores de Milão caíram depois que o testamento foi tornado público.

Político e empresário, Berlusconi foi quatro vezes primeiro-ministro da Itália e morreu em um hospital de Roma enquanto tratava uma infecção pulmonar. Já no hospital descobriu também uma leucemia crônica.

Nascido em 1936 em Milão, Silvio Berlusconi trabalhou como cantor (“crooner”) de navio de cruzeiro. Depois, ao investir em um meio de comunicação na cidade, formou um império que o tornou uma das pessoas mais ricas da Europa.

No âmbito político, Berlusconi foi protagonista de escândalos sexuais (como a realização das famosas festas “bunga-bunga”), autor de frases polêmicas e preconceituosas (“melhor gostar de garotas bonitas do que ser gay”, piada sobre judeus) e alvo de dezenas de processos, Berlusconi acabou condenado definitivamente apenas em 1 deles, por fraudes fiscais envolvendo seu império de mídia.

Entretanto continuou influente, e o partido dele, Força Itália, garante hoje a maioria no parlamento a primeira-ministra Giorgia Meloni.

Ele também foi dono de times de futebol, como o Milan e o Monza.