O Fantástico deste domingo (3) destaca como o grupo financia seus atos terroristas e a resistência a Israel mesmo com todas as sanções impostas ao território palestino. A origem de diferentes fontes de receitas já foi rastreada por pesquisadores e forças de segurança de diferentes países.
Esse mapa das finanças do terrorismo, inclui remessas que saem do crime organizado na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. (Saiba mais abaixo).
Sandra Coelho, mestre em Estratégia explica que as grandes fontes de financiamento do Hamas serão em, em primeiro lugar o financiamento estatal e o primeiro financiador será o Irã. As estimativas mais recentes são de que o Hamas recebe de 80 a 100 milhões de dólares do país.
A pesquisadora canadense, Jéssica Davis cita um outro país doador: o Catar. Mas, nesse caso, o dinheiro chega com conhecimento da ONU e até de Israel. Durante um bom tempo, os milhões entravam em Gaza, literalmente, em malas lotadas de dólares.
“É a verba pra tocar os serviços sociais da Faixa de Gaza, fornecidos pelo governo do Hamas. É pra pagar funcionários públicos, coisas assim. E também porque o Hamas prefere dinheiro vivo, porque é mais fácil desviar”, explica a consultora de Segurança Internacional.
Além dos doadores, o Hamas tem uma enorme receita própria porque governa Gaza e cobra os impostos e taxas, assim como todo governo. A pesquisadora destaca, porque, no caso do Hamas, isso é um problema.
“Primeiro, porque eles não são um governo democrático. A última eleição foi há mais de 15 anos. Segundo, a questão de como cobram essas taxas e impostos. Eles são governo, mas também são terroristas. E com terroristas sempre existe um elemento de coação, de extorsão. O Hamas cobra o que quer, de quem quer”, ressalta a pesquisadora.
Financiadores, impostos, fontes obscuras e atividades ilícitas: entenda de onde vem o dinheiro do Hamas, grupo terrorista milionário — Foto: Reprodução/TV Globo
Quando se procuram outras fontes, a origem do dinheiro vai ficando mais e mais obscura. “O Hamas tem um grande carteira de investimentos em diversos países. Muitos imóveis. Eles lucram bastante com isso”, diz a pesquisadora.
Os negócios podem ser legítimos na aparência, mas controlados secretamente pelo Hamas, para escapar das sanções internacionais, e também podem ser empresas que não pertencem ao Hamas, mas apoiam o grupo.
Segundo a revista “The Economist”, este é o caso, por exemplo, da construtora de um shopping no Sudão, e de uma empresa que ergue arranha-céus em Sarjah, nos Emirados Árabes.
Entenda de onde vem o dinheiro do Hamas, grupo terrorista milionário — Foto: Reprodução/TV Globo
Criptomoedas e crime na tríplice fronteira
Por fim, existem duas fontes menores, mas importantes: investimento em moedas virtuais, as chamadas criptomoedas e também o dinheiro do crime na tríplice fronteira, entre Argentina, Paraguai e Brasil, uma região seguidamente citada, em relatórios do governo americano, como uma sedes do financiamento do terror internacional. E onde há suspeitas de financiamento ao grupo libanês Hezbollah.
“A grande maioria dessas pessoas são pessoas trabalhadoras, são pessoas que contribuem com a sociedade. Porém, você tem nestas áreas de Fronteira também movimentos criminais, que é um dos principais fatores de financiamento das bases terroristas”, destaca o presidente do Instituto de Desenvolvimento de Fronteiras (IDESF), Luciano Stremel Barros.
Financiadores, impostos, fontes obscuras e atividades ilícitas: entenda de onde vem o dinheiro do Hamas, grupo terrorista milionário — Foto: Reprodução/TV Globo
Somando todas as fontes, a pesquisadora Jessica Davis estima que o Hamas fature anualmente, 1 bilhão de dólares, cerca de R$ 5 bilhões.
“Muitos investimentos estão na Turquia. Mas a Turquia não considera o Hamas terrorista. Então fica difícil apreender esses bens. O desafio é desembaraçar essa rede e fazer a ligação do dinheiro com o Hamas. É possível, mas não acontece da noite pro dia”, diz.
Receita anual do Hamas é estimada em R$ 5 bilhões, afirma pesquisadora — Foto: Reprodução/TV Globo
Na Faixa de Gaza, o conflito significa menos verba para o Hamas, mas o conflito persiste, com Israel afirmando que a guerra não terminará enquanto o Hamas existir e o Hamas reafirmando os votos de riscar Israel do mapa.
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