A funcionária da Relojoaria a Suissa, baleada na noite de domingo (13), durante um assalto à loja no Brisamar Shopping, em São Vicente, no litoral de São Paulo, contou ao g1 que teve medo de perder o movimento do braço ao ser atingida pelo tiro que, segundo ela, pareceu ter sido acidental. “A bala entrou e meu braço endureceu“, disse Giovanna Fernandes, de 21 anos, que começou no emprego há um mês e, agora, se recupera do susto e das feridas.
“Quando vi que meu braço estava daquele jeito, travado, achei que tinha acertado alguma coisa. Meu maior medo na hora era esse [perder o movimento]”, contou.
Ela e outros quatro funcionários estavam na loja durante o assalto realizado por quatro criminosos, que ainda mantiveram um casal de clientes e um bebê reféns no local. Após Giovanna ter sido baleada, na sala-cofre, os bandidos fugiram e, até o momento, ninguém foi preso.
A vítima contou ter levado três pontos, sendo dois no braço, que foi atravessado pelo projétil, e um na cintura, por onde a bala entrou até se alojar na nádega. Giovanna contou foi informada no hospital que o projétil não seria retirado por ter penetrado profundo.
“Para tirar [a bala] teriam que abrir um buraco muito grande. Poderiam pegar um nervo, a musculatura e isso poderia gerar uma perda de movimento, algo mais complicado do que deixar ela”, contou a jovem, que primeiro foi foi levada ao Hospital Municipal de São Vicente, antes de ser conduzida ao Hospital Santa Casa, em Santos.
Giovanna que estava com outra funcionária e o gerente na sala-cofre acredita que o bandido não quis disparar a arma. “Foi do nada [o tiro]. A gente acha que foi um tiro acidental porque ele não falou nada. [O bandido] estava colocando as coisas dentro da bolsa e você vê [nas imagens] que, ao jogar a mão para o lado, o disparo saiu. Dá para ver no vídeo que ele meio que se assustou, sabe?“, relembrou.
Quadrilha foi registrada pelas câmeras de monitoramento da loja — Foto: Reprodução
Giovanna contou ao g1 que atendia a um casal que queria comprar alianças quando os bandidos apareceram na loja. “Eu e o gerente entramos [na sala-cofre] para pegar as alianças e ele [criminoso] entrou [em seguida] na parte do cofre rendendo mais uma funcionária”.
A vítima contou que o criminoso, que aparece com os três funcionários na sala-cofre, os ameaçava a todo instante. Segundo ela, o homem perguntava pelos relógios e dizia que atiraria contra a cabeça deles caso não entregassem o que pedia. “A gente falou que os relógios não ficavam no cofre, só na vitrine e que a gente abria depois”.
A funcionária lembrou que o criminoso ao entrar na sala mandou que todos deitassem no chão, mas mudou de ideia e pediu que esvaziassem o cofre. “A gente começou a pegar todas as alianças, correntes e colocar na sacola que ele estava segurando. Nesse meio tempo teve o disparo”.
Giovanna contou o que é visto no vídeo, que estava ajoelhada e com o braço esticado em frente ao corpo para pegar os produtos no chão. “O tiro veio de cima. Passou pelo braço direito, entrou pela cintura e ficou alojado no glúteo”.
Câmeras registram momento em que funcionária é baleada em sala-cofre de relojoaria no litoral de SP — Foto: Reprodução
Tiro, desespero e sentimento
Giovanna afirmou que no momento do assalto os funcionários estavam assustados, mas que o desespero começou quando ouviram o disparo. “Aí foi preocupante. Agora está tudo mais tranquilo, os ânimos acalmados. É só tomar a medicação para não ter infecção por causa da bala”.
Por mais que acredite que não vá passar por essa situação novamente, a vítima pensa que a situação não é improvável, uma vez que “estava trabalhando e era para estar segura, justamente porque era um shopping onde tem vários seguranças”, finalizou.
Quatro criminosos teriam participado do assalto à loja em São Vicente, que terminou com uma funcionária baleada — Foto: São Vicente Mil Grau
A Polícia Civil informou que investiga o roubo à relojoaria dentro de um shopping, ocorrido às 20h45 de domingo (13). Também disse que foram solicitados exames periciais ao Instituto de Criminalística (IC) e ao Instituto Médico-Legal (IML). O caso foi registrado na Delegacia de São Vicente.
Em nota, o Brisamar Shopping lamentou profundamente o ocorrido e reiterou que está apoiando as investigações policiais.
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