Gabriel Boric, presidente de esquerda do Chile, comparecerá à cerimônia de posse de Milei na Argentina

Vallejo, a ministra que anunciou a viagem, afirmou que a decisão está tomada. “O presidente representa o Estado do Chile e, como sempre se fez, ele vai comparecer”, disse ela.

A ministra Camila Vallejo também disse, nesta quarta, que ao Chile interessa construir e fortalecer as relações diplomáticas de Estado com todos os países, “independentemente de se os governos da vez são afins ou não porque quando se fala de política de Estado”.

No domingo à noite, após a vitória de Milei nas eleições, Boric parabenizou o argentino e, em seguida, afirmou que os dois tiveram uma conversa por telefone.

“O povo chileno, juntamente com o argentino, são povos irmãos. Portanto, meu dever como presidente da república é que, independentemente das diferenças políticas que, sem sombra de dúvida, existem entre o presidente eleito e o governo em exercício no Chile, nossos povos e países tenham relações de Estado generosas e continuemos promovendo a integração no máximo nível”, disse Boric na terça-feira.

A oposição de direita no Chile começou a fazer pressão para que o Boric, que é de esquerda, fosse à posse de Milei.

O presidente eleito da Argentina já afirmou, no passado, que Boric fazia parte de uma “praga socialista” que empobreceu a América do Sul.

Em julho, Milei esteve em Santiago para participar do fórum “O Renascimento liberal”, promovido pela Fundação para o Progresso e a por José Antonio Kast, um político chileno de direita derrotado por Boric nas eleições de dezembro de 2021.

Milei, então candidato à presidência da Argentina, afirmou: “Entre esquerdistas se juntam, ou seja, entre empobrecedores se juntam, e assim como esperamos nos livrar da praga kirchnerista. Espero que vocês tenham a alegria e o mérito de também poder tirar este empobrecedor do Boric”.