O autor das imagens explicou que o flagrante ocorreu no bairro Fabril. Segundo o analista de sistemas Walter Reis, de 33 anos, o episódio ocorreu no fim da tarde dessa quarta-feira (3) quando ele andava de bicicleta pelo local. Ao ver a cena, ele logo pegou o celular para fazer o registro.
“Fui dar rolê de bike na cidade, tem uma subida das indústrias ali, que é um belo treino de pernas. Pior que esse grupo de capivaras está sempre no caminho, é um bonde gigantesco”, disse ele, em conversa com o g1.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam) informou que a área em questão localiza-se na junção do canal de fuga da Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A. (EMAE) com o Rio Cubatão. No local, é recorrente a presença destes animais por conta das características do manancial e da disponibilidade de alimentos.
A recomendação é de que o morador não entre em contato com animais nativos, mantenha a devida distância e não tente capturá-los. A recomendação de distância foi referendada pelo Serviço de Zoonoses do Município.
“As capivaras são hospedeiras de uma espécie de carrapatos chamados de carrapato estrela que podem transmitir a febre maculosa, por isso não é legal ter contato com esses animais”, explicou a bióloga Fernanda Lovecchio.
Ao g1, o biólogo marinho Eric Comin explicou que a capivara tem hábitos terrestres e aquáticos. Assim como afirmou Walter em relação à presença do “bando”, a espécie é muito comum no país e não é raro avistá-la em regiões próximas a lagoas, represas, rios e até de água salgada.
“A capivara é um animal totalmente comum na América do Sul, a gente tem a presença delas até próximo a regiões de água salgada. Se você pegar ali na Ilha Anchieta [em Ubatuba, no litoral norte paulista], você as vê na praia, tomando banho de mar. Então, aparecem desde o nível do mar até acima de 1000, aproximadamente 1300 metros de altitude”, afirmou.
Animais herbívoros, as capivaras se alimentam de gramíneas e também plantas aquáticas, pelo alto valor energético. Elas se adaptam a diversos ambientes, mesmo àqueles em que houve alteração humana. Segundo o biólogo, elas podem atingir até 90 kg, 1,20 metros de comprimento e 60 cm de altura.
Capivaras foram vistas ‘descansando’ no bairro Fabril, em Cubatão (SP) — Foto: Arquivo pessoal
Durante o dia, os roedores da espécie costumam passar o dia dentro d’água e, no início da noite, fora dela. Como há a opção de ficarem perto de ambientes aquáticos, não é incomum avistá-las até na região do Rio Tietê, em São Paulo.
“Na parte da manhã, é comum ver esses animais deitados dormindo, descansando. Depois elas comem e retornam para a água. Elas têm esse tipo de ciclo, mas são totalmente adaptáveis. Olhando essa imagem, eu vejo como algo extremamente comum”
Ele explicou que a capivara normalmente não ataca e que, na realidade, tem medo dos seres humanos. A única ameaça à espécie, por ora, é a da caça, já que muita gente come carne de capivara.
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