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Guerra aberta entre generais provoca mais de 100 mortes no Sudão

today17 de abril de 2023 9

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A violência no país africano explodiu no sábado(15), após semanas de tensões entre os dois generais que protagonizaram o golpe de Estado de outubro de 2021, que acabou com transição do Sudão para um governo civil: o comandante do exército, Abdel Fatah al Burhan, e o comandante dos paramilitares das FAR (Forças de Apoio Rápido), Mohamed Hamdan Daglo.

Desde então, os combates com armas pesadas são intensos e a aviação bombardeia os quartéis das FAR, incluindo alguns no centro de Cartum, capital do Sudão.

De acordo com o sindicato oficial de médicos do país, ao menos 97 civis morreram nos combates, metade deles na capital. E número de soldados e paramilitares mortos alcançam “dezenas”.



Os ex-milicianos da guerra na região de Darfur, que se tornaram auxiliares oficiais do exército, estão na capital e lutam para tomar o controle das principais instituições do país.

O exército afirmou no domingo que a situação era “estável”. As FAR anunciaram que estavam próximas da vitória.

Na capital Cartum, com um intenso odor de pólvora e parcialmente privada dos serviços de água e energia elétrica, os moradores estão entrincheirados em suas casas.

Uma fumaça espessa era observada no centro da cidade, onde ficam as sedes das instituições políticas e militares.

Os poucos supermercados abertos advertiram que só conseguirão continuar com suas atividades por mais alguns dias, devido à falta de abastecimento e os hospitais que atendem os feridos estão ficando sem insumos.

A Liga Árabe, a União Africana, Estados Unidos e Reino Unido exigiram o fim imediato da violência.

“Há uma grande preocupação com os combates (…), ameaça que representam para a população civil, para a nação sudanesa e, inclusive, potencialmente para a região”, declarou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, após uma reunião no Japão com o chefe da diplomacia britânica, James Cleverly.

Homem caminha no meio de uma rua em Khartoum, no Sudão durante dia de confronto civil — Foto: Marwan Al/AP

De fato é impossível saber qual força controla que parte da cidade. As FAR afirmaram que tomaram o aeroporto internacional e o palácio presidencial, alegações rejeitadas pelo exército.

As Forças Armadas afirmaram que controlam a sede do Estado-Maior. O canal de televisão estatal, que só transmite canções patrióticas, como aconteceu durante o golpe, é objeto de reivindicações dos dois lados.

Sem uma trégua à vista, médicos e organizações humanitárias estão em alerta. Alguns bairros de Cartum não têm água e energia elétrica desde sábado.

Médicos relataram cortes de energia elétrica nas salas de cirurgia e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), “vários dos nove hospitais de Cartum que recebem civis feridos não têm mais estoques de sangue, equipamentos para transfusão e outros materiais vitais”.

Os pacientes, incluindo crianças, e seus parentes “não têm comida e água”, afirmou uma rede de médicos.

Apesar do anúncio no domingo à tarde – pelas duas partes em conflito – de um corredor humanitário para a retirada de feridos, as explosões e tiros não dão trégua em Cartum.

O comandante da missão da ONU no Sudão, Volker Perthes, afirmou que está “extremamente decepcionado” com o fato de que os dois lados “respeitaram apenas parcialmente” as três horas de “trégua humanitária” que haviam aceitado.

Perthes disse que observou uma “intensificação” no combates nesta segunda-feira.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) suspendeu as operações no Sudão após a morte de três funcionários que trabalhavam para a agência especializada das Nações Unidas.

Antes da explosão da violência, mais de um terço dos 45 milhões de habitantes do Sudão, um dos países mais pobres do mundo, já dependiam de ajuda humanitária.

“Esta é a primeira vez na história do Sudão desde sua independência (em 1956) que se observa tal nível de violência no centro de Cartum”, declarou à AFP Kholood Khair, fundadora do centro de pesquisas Confluence Advisory em Cartum.

“Os combates acontecem em toda a cidade”, afirmou.




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Por: G1

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