A única peça teatral do mundo com sobreviventes da bomba nuclear lançada pelos EUA em Hiroshima, no Japão, durante a 2ª Guerra Mundial, terá uma sessão gratuita em Guarujá, no litoral de São Paulo. O espetáculo será realizado no dia 10 de fevereiro, às 20h, no Teatro Municipal Procópio Ferreira, na Avenida Dom Pedro I, 350, no Jardim Tejereba. A cidade japonesa de Nagasaki também foi alvo de arma nuclear (leia mais abaixo).
O espetáculo ‘Os três sobreviventes de Hiroshima’ conta as histórias de jovem Takashi Morita, à época com 21 anos, de Kunihiko Bonkohara, que tinha 5, e Junko Watanabe, com 2. O trio vivenciou o primeiro ataque nuclear da história e convive com as consequências da tragédia.
Os interessados em assistir à peça devem retirar os ingressos uma hora antes do início do espetáculo, através da plataforma Sympla ou na bilheteria do teatro.
Junko Watanabe, de 80 anos, soube que era sobrevivente de Hiroshima aos 38 anos — Foto: Bianca Brito/Divulgação
Na peça, os sobreviventes detalham o momento da explosão nuclear, como foram os dias seguintes e a chegada ao Brasil, onde encontraram novas oportunidades. O foco da apresentação é a importância da busca pela paz.
Um trabalho de mais de um ano de pesquisas sobre a comunidade nipo-brasileira [de origem japonesa e brasileira] e a imigração japonesa no Brasil fez com que a ideia da peça surgisse, em 2012, por meio do projeto Sobreviventes pela Paz. O roteiro e direção é do Rogério Nagai.
Takashi Morita, de 98 anos, nasceu em Hiroshima e fazia parte da Academia Militar, tendo sobrevivido a um bombardeio incendiário em Tóquio, meses antes da bomba nuclear. Em ‘Os três sobreviventes de Hiroshima’, ele participa por vídeo e é interpretado pelo ator Ricardo Oshiro. Kunihiko Bonkohara, de 82 anos, e Junko Watanabe, de 80, participam em cena.
Com o objetivo de reivindicar os direitos dos sobreviventes que viviam no Brasil, Morita foi o responsável por fundar a Associação Hibakusha Brasil pela Paz. Ele também é autor do livro ‘A última mensagem de Hiroshima’.
Espetáculo será realizado no dia 10 de fevereiro, às 20h, no Teatro Municipal Procópio Ferreira — Foto: Joelma do Couto/Divulgação
Já Kunihiko Bonkohara, nasceu em Shizuoka e estava a 2 quilômetros do epicentro da explosão, no escritório do pai. O sobrevivente perdeu a mãe, a irmã e cresceu com a saúde debilitada. Aos 20 anos, veio ao Brasil para trabalhar nas lavouras do Paraná (PR).
Junko Watanabe brincava com o irmão no pátio de um templo, quando foi atingida pela chuva radioativa. Como só tinha 2 anos, a família escondeu a condição de sobrevivente de Hiroshima, tendo conhecimento apenas aos 38. Ela veio ao Brasil ao 24 e casou-se com um japonês.
No dia 6 de agosto de 1945, já no estágio final da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos lançou uma bomba denominada Little Boy na cidade de Hiroshima e, três dias depois, em Nagasaki.
A tragédia deixou entre 130 e 240 mil mortos, além de milhares de feridos. Esses foram os primeiros e únicos ataques nucleares contra civis em toda a história do mundo. No Brasil, há cerca de 70 sobreviventes das bombas de Hiroshima e Nagasaki.
Kunihiko Bonkohara, de 82 anos, estava a 2 quilômetros do epicentro da explosão, em Hiroshima — Foto: Bianca Brito/Divulgação
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