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Independentistas catalães fazem de Sánchez refém para formar governo

today24 de julho de 2023 5

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Das urnas espanholas saiu a incerteza. O candidato mais votado, Alberto Nuñez Feijóo, do PP, não tem cadeiras suficientes para formar governo, mesmo com o apoio do Vox, de extrema direita. O segundo mais votado, o atual primeiro-ministro, Pedro Sánchez, acumula mais chances de obter a maioria no Parlamento, mas a um preço alto: a coligação com os partidos pró-independentistas da Catalunha.

Sánchez conseguiu afastar temporariamente o fantasma da extrema direita, que rondava o Executivo espanhol com a vitória do PP. Seu bloco de esquerda, formado por socialistas do PSOE e o bloco Sumar, tem 122 deputados – 14 a menos do que o bloco da direita formado por PP e Vox.

A equação para alcançar as 176 cadeiras e conseguir se manter no comando do governo espanhol torna-o também refém dos separatistas: o Esquerda Republicana (ERC) e o Junts, o partido de centro-direita pró-independência do ex-presidente catalão Carles Puigdemont, somam 14 assentos no Parlamento eleito este domingo.



Premiê espanhol Pedro Sánchez durante evento para apoiadores em Madri no dia 23 de julho de 2023 — Foto: Nacho Doce/REUTERS

Os dois partidos perderam deputados em relação à última eleição legislativa, num indício de que o ideal separatista se esvaziou entre os eleitores.

Com diferenças ideológicas entre si, ainda assim, ambos comungam uma meta — a de não facilitar a vida do primeiro-ministro nas próximas semanas.

“Catalunha ou Vox. Esse é o dilema para Pedro Sánchez e Yolanda Díaz (líder do Sumar). Se eles querem governar seu país, devem respeitar o nosso”, desafiou o porta-voz Gabriel Rufián, do ERC, ao antecipar duras exigências nas negociações com o premiê.

A líder do Junts, Miriam Noguera, adotou uma linha parecida: “Não faremos de Pedro Sánchez primeiro-ministro a troco de nada.”

Gabriel Rufián, porta-voz do Esquerra Republicana de Catalunya (ERC), durante discursos para apoiadores em 23 de julho de 2023 — Foto: Pau BARRENA / AFP

Isso implica a negociação de anistia para os envolvidos na organização do referendo sobre a independência da Catalunha e a transferência de mais poderes para a região.

Peça fundamental nesta negociação, o ex-governador catalão Carles Puigdemont, que exerce forte influência sobre o partido, está há seis anos exilado na Bélgica. Nesta segunda-feira, ele teve o mandado de captura internacional deferido pela Justiça espanhola, para que seja julgado no país pela tentativa de secessão da Catalunha.

“Um dia você é decisivo para formar um governo espanhol, e, no dia seguinte, a Espanha pede que seja detido”, reagiu ele no Twitter.

O emaranhado de pequenos partidos que estão no caminho de Sánchez abrange também separatistas bascos do EH Bildu e os moderados do Partido Nacional Basco, que dificilmente se coligariam ao PP.

Apoiadores do Partido Popular da Espanha agitam bandeiras do lado de fora da sede do partido no dia da eleição geral, em Madri, Espanha, em 23 de julho de 2023. — Foto: Juan Medina/REUTERS

Esta indefinição produzida pelas urnas se repete há cinco eleições e consolida o processo de coalizões num país que se redemocratizou no sistema bipartidário.

“Este não é mais um país azul e vermelho”, decretou o cientista político José Ignacio Torreblanca, do Conselho Europeu de Relações Exteriores.

Ainda que a maioria eleitores se situe ao centro, a solução para a governança na Espanha reside na força dos partidos nanicos.




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Por: G1

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