Na quinta-feira (24), dia de estreia da seleção brasileira na Copa do Catar, a reportagem do g1 foi até a Rua 25 de Março, principal concentração de comércio de rua de São Paulo, para entender a percepção desses vendedores.
“Está parado para todo mundo. Está muito ruim. E aumentaram muito as coisas. Na Copa passada, a gente comprava camisa da seleção por R$ 30 ou R$ 40 e revendia a R$ 60 ou R$ 70. Agora, a gente compra por R$ 60 ou R$ 80 e revende a R$ 100, R$ 120”, afirma Leandro Batista, dono de uma barraca na principal via de comércio popular de São Paulo.
Neste ano, os preços das vuvuzelas, que começaram a fazer sucesso na Copa de 2010, vão de R$ 5, nos modelos mais simples, a R$ 130, no caso das mais potentes. Já as réplicas das camisetas da seleção podem ser encontradas na região entre R$ 35 e R$ 180.
Vendedor apresenta modelos de vuvuzelas na 25 de Março, em São Paulo — Foto: André Catto/g1
Além de produtos mais caros, os ambulantes entendem a situação financeira das famílias como um dos motivos para a queda no faturamento. Na esquina da 25 de Março com a Ladeira Porto Geral, o ambulante Reginaldo Alves de Araújo diz ter sentido isso no faturamento.
“Em 2018 estava melhor. Naquela Copa, eu vendia em torno de R$ 10 mil por dia. Agora, fica em torno de R$ 7 mil”, afirma.
Ambulante Reginaldo vende itens na esquina da 25 de Março com a Ladeira Porto Geral, em São Paulo. — Foto: André Catto/g1
Para Reginaldo, a véspera da estreia da seleção brasileira na Copa foi o melhor dia de vendas nesta edição. A expectativa é que o comércio melhore conforme a seleção avance na competição. “Até na chuva o pessoal estava comprando. Se o Brasil ganhar, vai ser daí para mais”, acredita.
Adilson Montanino foi à 25 de Março comprar camisas da seleção e vuvuzelas. — Foto: André Catto/g1
“Vim aqui comprar camiseta. Comprei duas camisetas e vou levar três vuvuzelas”, diz Adilson Montanino. “Na Copa passada, tinha mais variedade. Não sei se é devido a política, a desemprego, mas está difícil. Antigamente, estava tudo enfeitado. Acabou a alegria”, continua.
Além da alta no preço, as vendas da camisa da seleção brasileira sentem os efeitos os continua sendo símbolo da polarização política do país, ressalta o ambulante Felipe Rodrigues.
“As camisetas amarelas estão saindo pouco por questão de política. Saem mais a azul e a preta com amarelo e verde”, diz. “As vuvuzelas e a touca do Catar estão vendendo bem.”
Ambulante Felipe Rodrigues mostra modelo de camisa mais vendido. — Foto: André Catto/g1
Para Reginaldo, as vendas das camisetas melhoraram após o pleito deste ano.
“Antes da eleição, ninguém queria a amarela, por causa do Bolsonaro. Depois, entrou um pouco mais no clima”, afirma.
Clientes pesquisam itens da Copa na Ladeira Porto Geral, em São Paulo. — Foto: André Catto/g1
O garçom Hector Caetano deixou as compras para a última hora. Ele fez o movimento contrário: não comprou nada na última Copa, mas diz ter um motivo para estar mais animado na edição deste ano. “Acho que estou ficando mais maduro e gostando mais do espírito brasileiro no futebol”, diz.
O garçom Hector Caetano deixou as compras para a última hora. — Foto: André Catto/g1
Para ele, que foi procurar vuvuzela e camiseta da seleção, a questão política está superada.
“Acho que o Brasil é verde e amarelo. Mesmo com a política, agora está no espírito de Copa”, conclui.
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Por: G1
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