G1 Mundo

Início de despejo de água contaminada de Fukushima no Pacífico se aproxima e preocupa Coreia do Sul

today23 de maio de 2023 8

Fundo
share close

Depois do tsunami seguido do acidente nuclear de 2011, milhares de litros de água foram utilizados para esfriar os reatores de Fukushima. Nos últimos 12 anos, o rejeito foi misturado a águas da chuva e lençóis freáticos e armazenado em grandes cisternas. No entanto, o Japão não tem mais espaço para estocar esse material contaminado.

O país garante ter tratado os cerca de 1,32 milhões de toneladas de água, retirando dela uma grande parte das substâncias radioativas. O processo foi acompanhado de perto pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que recentemente deu seu sinal verde para que o rejeito possa ser despejado, a partir de junho, no oceano Pacífico.

A população sul-coreana se preocupa, no entanto, com essa autorização, argumentando que as tecnologias atuais permitem retirar apenas uma parte das substâncias radioativas. Algumas delas, como o trítio, não podem ser tratadas, o que preocupa particularmente os pescadores. No entanto, a AIEA garante que o projeto está dentro das normas internacionais.



Foto aérea da planta de Fukushima feita na manhã desta quinta-feira. Um alarme foi disparado, mas não houve incêndio — Foto: via AP

Divergências não resolvidas entre o Japão e a Coreia do SulSe outros países asiáticos, como a China e Taiwan, expressaram seu desacordo com a decisão do Japão de despejar a água contaminada no Pacífico, a Coreia do Sul foi particularmente veemente. A desconfiança se explica pelas divergências não resolvidas entre os dois países em torno das violências do Estado japonês durante a colonização da península, entre 1905 e 1945. Durante o governo sul-coreano precedente, as relações entre os países vizinhos se degradaram a ponto de resultar em uma verdadeira guerra comercial.

Nos Jogos Olímpicos de 2021 em Tóquio, a delegação sul-coreana levou sua própria comida por medo que os atletas consumissem alimentos radioativos. Além disso, importações de peixe de oito cidades japonesas continuam proibidas na Coreia do Sul.

O atual presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, se esforçou nos últimos meses para tentar retomar os laços com o Japão, fazendo várias concessões sobre questões históricas. Em retorno, o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida convidou especialistas sul-coreanos a observar o processo de tratamento das águas contaminadas de Fukushima. No entanto, a iniciativa não foi suficiente para convencer a opinião pública da Coreia do Sul até o momento.

Legitimação de projeto japonês

O medo de parte da população sul-coreana é que a visita da delegação do país a Fukushima sirva apenas para legitimar o projeto japonês. Os detalhes da missão realizada por 21 especialistas permaneceram vagos durante muito tempo e resultaram em longas negociações entre Seul e Tóquio. Após encontros com autoridades japonesas na segunda-feira (22), a central é inspecionada nesta terça (23) e quarta (24), antes que a equipe volte para Seul na sexta-feira (26).

As conclusões serão acompanhadas com forte interesse pela população sul-coreana, onde o sentimento antijaponeses e nacionalista continua intenso, especialmente entre os opositores de Yoon Suk-yeol. A questão é sensível para o presidente, impopular após um ano de mandato e com uma legitimidade política ligada à sua aproximação de Washington e Tóquio.




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

Esta notícia é de propriedade do autor (citado na fonte), publicada em caráter informativo. O artigo 46, inciso I, visando a propagação da informação, faculta a reprodução na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos.

Avalie

Post anterior

brasileira-testemunha-ataques-racistas-contra-vinicius-junior-em-estadio:-‘um-odio-que-dava-medo’

G1 Mundo

Brasileira testemunha ataques racistas contra Vinicius Junior em estádio: ‘um ódio que dava medo’

Era para ser uma tarde de alegrias e de emoções. De magia. De reencontro com o futebol. Não foi nada disso. Sylvia estava absolutamente empolgada com a possibilidade de ver o brasileiro em campo, de matar a saudade de alguma forma daquilo que lhe remete ao Brasil. Ela então não teve dúvidas. Chamou o marido e os dois foram juntos assistir à partida. Era a primeira vez dela num estádio […]

today23 de maio de 2023 14

Publicar comentários (0)

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.


0%