Manifestações pela morte de Mahsa Amini iniciaram-se em setembro de 2022 — Foto: AFP
A agência de notícias estatal do Irã anunciou nesta segunda-feira (13/03) o perdão de 22 mil detidos nos últimos meses durante protestos contra o regime iraniano.
“Até agora, 82 mil receberam indulto, incluindo 22 mil que participaram de protestos”, afirmou Gholamhossein Mohseni Ejei, chefe do Judiciário do Irã, frisando que os indultados não cometeram roubo nem crimes violentos.
Com esta declaração, pela primeira vez se tem uma ideia do âmbito da repressão do regime islâmico às manifestações populares que tomaram conta do Irã desde setembro de 2022, após a morte de Mahsa Amini. A jovem, presa por supostamente violar o rígido código de vestimenta do país para as mulheres, morreu após ser detida pela polícia da moralidade, o que deflagrou no país a maior onda de protestos em décadas.
O anúncio da Justiça iraniana vem poucos dias antes da celebração do Noruz, o Ano Novo Persa.
Número ultrapassa estimativas
Em fevereiro, o regime islâmico admitiu ter detido “dezenas de milhares” por participar dos protestos que eclodiram em todo o país após a morte de Amini. No entanto a declaração de Ejei indica que os números são maiores do que as estimativas.
Segundo a agência Associated Press, um grupo de ativistas de direitos humanos no Irã havia divulgado que mais de 19.700 foram detidos e pelo menos 530 mortos na repressão aos protestos que transcorrem desde setembro.
Participação feminina em massa em protestos contra regime dos aiatolás — Foto: Safin Hamed/AFP
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