G1 Mundo

Irã reavalia lei que obriga mulheres a usarem o véu islâmico

today4 de dezembro de 2022 27

Fundo
share close

O procurador-geral do Irã, Mohammad Jafar Montazeri, informou neste sábado (03) que o Legislativo e o Judiciário – Poderes controlados por forças conservadoras – estão trabalhando na reforma. Ele não especificou quais aspectos da lei devem sofrer alterações.

Conheça os diferentes tipos de véus islâmicos — Foto: Arte g1



Um comitê de revisão se reuniu na última quarta-feira com a Comissão Cultural do Parlamento para discutir a reforma. “Veremos o resultado em uma ou duas semanas”, disse Montazeri, citado pela agência estatal de notícias Isna.

Com a revolta gerada no país pela morte de Amini, muitas pessoas passaram a queimar véus islâmicos e protestar contra o regime que governa o país com mão de ferro. Nos últimos meses, aumentou a circulação de mulheres sem o hijab, principalmente em Teerã.

O presidente iraniano Ebrahim Raisi disse neste sábado que a República iraniana e suas fundações islâmicas estão protegidas pela Constituição, mas que “existem métodos de implementar a Constituição que podem ser flexíveis”.

No Irã, manifestantes queimam casa de fundador da república Islâmica

No Irã, manifestantes queimam casa de fundador da república Islâmica

A lei que tornou o véu islâmico obrigatório para todas as mulheres entrou em vigor em 1983, quatro anos após a Revolução Islâmica, que derrubou do poder a antiga monarquia apoiada pelos Estados Unidos.

A questão do véu islâmico permanece sendo um tema sensível em um país onde os conservadores insistem na obrigatoriedade, enquanto os reformistas defendem que o uso deve ser uma escolha individual.

Depois da lei que modificou as normas sobre o uso de vestimentas no Irã, acabou se tornando normal ver mulheres usando calças jeans apertadas e lenços soltos e coloridos para cobrir suas cabeças.

Mas, em julho deste ano, Raisi, um ultraconservador, convocou as autoridades para que “todas as instituições do Estado façam valer a lei do véu islâmico”. No entanto, muitas mulheres continuaram a driblar as regras.

Em setembro, o principal partido reformista iraniano pediu o fim a obrigatoriedade. Neste sábado, o Partido Popular da União do Irã Islâmico, composto por parentes do ex-presidente reformista Mohammad Khatami, exigiu que as autoridades “preparem os elementos legais para abrir caminho para o cancelamento da lei de obrigatoriedade do hijab.

Os oposicionistas também exigem que a República islâmica “anuncie oficialmente o fim das atividades da chamada polícia da moral” e permita manifestações pacíficas.

O Irã acusa os Estados Unidos e seus aliados, incluindo o Reino Unido, Israel e grupos curdos com base no exterior, de fomentar os protestos nas ruas.

Copa do Mundo: torcedora do Irã é fotografada dentro do estádio antes da partida enquanto protestava — Foto: Dylan Martinez/REUTERS

Centenas de mortos nos protestos

Neste sábado, o Conselho de Segurança do Irã informou que “mais de 200 pessoas perderam a vida” durante os protestos no país, e informou que as forças de segurança atuarão de forma mais ativa em qualquer manifestação.

O órgão, que está vinculado ao Ministério do Interior, indicou que as 200 mortes aconteceram em “ataques terroristas” durante os distúrbios, sendo as vítimas “perturbadores e elementos contrarrevolucionários armados, integrantes de grupos separatistas”.

Essa é a primeira vez, desde o início dos protestos que o Irã divulga uma contagem oficial de mortos.

ONGs estrangeiras, como a Iran Human Rights, que tem sede em Oslo, na Noruega, apontam que o número de mortos é de 448, diante da repressão policial.

Além disso, ao menos 2 mil pessoas foram acusadas por diversos crimes, sendo que seis delas foram condenadas à morte até o momento.




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

Esta notícia é de propriedade do autor (citado na fonte), publicada em caráter informativo. O artigo 46, inciso I, visando a propagação da informação, faculta a reprodução na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos.

Avalie

Post anterior

salario-medio-de-jogadores-de-futebol-nao-alcanca-nem-as-100-maiores-remuneracoes-de-contratacao

G1 Mundo

Salário médio de jogadores de futebol não alcança nem as 100 maiores remunerações de contratação

Assim como muitos trabalhadores, o goleiro precisa de um segundo emprego para conseguir pagar as contas. Nada parecido à rotina de salários milionários, fama e viagens internacionais de Neymar e companhia. André Dias, goleiro e ídolo da torcida do Juventus, trabalha também como educador físico. — Foto: Pablo Vaz/g1 Ainda assim, Dias é, de certa forma, um privilegiado. Grande parte dos atletas ganha menos do que ele – e também […]

today4 de dezembro de 2022 34

Publicar comentários (0)

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.


0%