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Israel atacou funcionários de ONG que morrera na Faixa de Gaza de propósito, afirma fundador da entidade

today3 de abril de 2024 6

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O chef espanhol é famoso nos Estados Unidos por atuar em diversos programas de TV, distribuir comida e ter sido condecorado pelo ex-presidente dos EUA Barack Obama com uma medalha de serviços humanitários do governo norte-americano.

O ataque atingiu dois veículos da ONG. A organização havia levado uma carga de alimentos ao território palestino horas antes do bombardeio. Em comunicado, a World Central Kitchen frisou que os carros eram blindados e estavam identificados.

Andres deu uma entrevista à agência de notícias Reuters e afirmou que a entidade de caridade tinha se comunicado como exército israelense e que os militares sabiam de antemão quais seriam os trajetos dos funcionários.



As mortes “não foram apenas uma situação de azar, em que soltaram uma bomba no lugar errado”, disse ele. O chef afirmou que mesmo se a ONG não tivesse combinado os movimentos com as Forças de Defesa de Israel, nenhum país democrático ou força militar pode atacar civis e pessoas que trabalham com ajuda humanitária.

Os funcionários foram mortos quando o comboio em que estavam foi atingido, pouco depois de eles terem supervisionado a entrega de 100 toneladas de comida que o grupo levou à Faixa de Gaza em um navio.

O exército de Israel afirmou que sente “profundo pesar” pelo incidente, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que não foi intencional.

No entanto, diz o fundador da ONG, houve mais do que três disparos contra o comboio de ajuda humanitária. Ele mesmo deveria ter ido à Faixa de Gaza, mas os planos mudaram.

Andres conversou com o presidente dos EUA, Joe Biden, e pediu para que os americanos se esforcem mais para parar a guerra.

A ONG World Central Kitchen anunciou uma pausa de suas operações na região após o ataque. A entidade agora estuda as condições de segurança na Faixa de Gaza para decidir se vai retomar as viagens para levar itens de ajuda humanitária.

Joe Biden já se pronunciou

Joe Biden, disse na terça-feira que está indignado com a morte de sete trabalhadores da World Central Kitchen. Um americano estava entre as vítimas.

O presidente dos EUA disse que as mortes não são um incidente isolado e afirmou que os funcionários da ONG “foram corajosos e altruístas e suas mortes são uma tragédia”.

Biden também cobrou uma investigação minuciosa para descobrir a razão pela qual os carros onde os trabalhadores da ONG estavam foi bombardeado. Segundo a ONG, os veículos tinham o logotipo e o nome desenhados no teto (veja na imagem abaixo) e circulavam sozinhos em uma via de uma área sem conflitos.

“Essa investigação deve ser rápida, deve trazer responsabilização e suas conclusões devem ser divulgadas ao público”, disse Biden.

Um dos veículos da ONG World Central Kitchen após ser atingido por um ataque israelense na Faixa de Gaza, em 1º de abril de 2024. — Foto: Ahmed Zakot/ Reuters

O presidente dos EUA também disse que “Israel não faz o suficiente para proteger os trabalhadores humanitários”, que levam ajuda à população da Faixa de Gaza, que está à beira de um colapso de fome.

“Incidentes como o de ontem simplesmente não deveriam acontecer. Israel também não fez o suficiente para proteger os civis. Os EUA têm solicitado repetidamente para Israel desvincular suas operações militares contra o Hamas das operações humanitárias, a fim de evitar baixas civis”, afirmou Joe Biden em nota.

Netanyahu reconhece erro do Exército israelense

“Infelizmente, no último dia houve um caso trágico em que as nossas forças atingiram involuntariamente pessoas inocentes na Faixa de Gaza. Acontece em guerras, e estamos verificando até o fim, estamos em contato com os governos, e tudo faremos para que isso não aconteça novamente”, declarou o premiê.

Embarcações atracam em estrutura flutuante com ajuda humanitária transportada por navio de ONG espanhola, que chegou na Faixa de Gaza em 15 de março de 2024. — Foto: Forças Armadas de Israel

Após o episódio, o Ministro da Defesa de Israel anunciou que abrirá uma sala de situação para coordenar a distribuição de ajuda humanitária em Gaza em conjunto com “grupos internacionais”.

As Forças Armadas de Israel também emitiram uma nota nesta terça admitindo a culpa e afirmando que o ataque foi um “trágico resultado” de um bombardeio israelense. Em mensagem de vídeo nesta terça-feira (2), o porta-voz do Exército disse ter ligado para o chef espanhol José Andrés para expressar “os mais profundos sentimentos”.

Membros da World Central Kitchen na Faixa de Gaza em 21 de março de 2024 — Foto: Reprodução/ @chefjoseandres

A ONG World Central Kitchen auxilia na ajuda humanitária ao norte da Faixa de Gaza, onde a população está à beira de uma crise de fome. Imagens em vídeo gravadas em um hospital na cidade de Deir al-Balah, em Gaza, mostram que alguns deles estavam com itens de proteção que tinham o logotipo da ONG.

Nesta semana, a World Central Kitchen enviou um navio com cerca de 400 toneladas de comida e itens de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. O carregamento foi organizado pelos Emirados Árabes Unidos e deve chegar na semana que vem à costa de Gaza.

A ONU tem uma agência especializada em atender os palestinos que atua na Faixa de Gaza, mas Israel proibiu essa entidade de fazer entregas no norte do território. Outros grupos de ajuda afirmam que enviar comboios de caminhões para o norte tem sido muito perigoso devido à falta de garantia de segurança por parte do exército.

Veja abaixo um vídeo sobre a possibilidade de crise de fome na Faixa de Gaza.

A Corte Internacional de Justiça - principal órgão judicial da ONU - ordenou que Israel garanta a entrega de alimentos à população palestina na Faixa de Gaza

A Corte Internacional de Justiça – principal órgão judicial da ONU – ordenou que Israel garanta a entrega de alimentos à população palestina na Faixa de Gaza

Campanha militar em hospital

O ataque aconteceu horas depois de as forças de Israel finalizarem um período de duas semanas de ações militares no hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza. O hospital ficou destruído, e uma parte do prédio foi reduzida a cinzas.

Os militares afirmaram ter matado 200 militantes do Hamas durante a permanência no hospital, mas as principais agências de notícias não conseguiram confirmar se todos realmente pertenciam ao grupo terrorista.

O governo local, controlado pelo Hamas, disse ter retirado corpos de civis dos destroços.




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Por: G1

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