Michael Herzog disse à emissora ABC que “esforços sérios” estavam sendo feitos, mas que quanto menos detalhes ele revelasse, “maiores seriam as chances de tal acordo”.
O Hamas fez cerca de 240 pessoas como reféns durante os ataques de 7 de outubro, que mataram 1.200 israelenses.
O Catar, que está costurando as negociações, também afirma que um acordo está perto de ser obtido.
Citando fontes próximas ao assunto, o jornal americano Washington Post informou que Israel e o Hamas estão perto de um acordo, mediado pelos EUA, que “libertaria dezenas de mulheres e crianças mantidas reféns em Gaza em troca de uma pausa de cinco dias nos combates”.
O primeiro-ministro do Catar, Mohammed Bin Abdulrahman al-Thani, disse neste domingo (19/11) que apenas permanecem obstáculos práticos e logísticos “muito pequenos”, acrescentando que “estamos perto o suficiente para chegar a um acordo”.
Já os EUA não confirmaram quaisquer detalhes.
A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Adrienne Watson, postou no X (antigo Twitter): “Ainda não chegamos a um acordo, mas continuamos a trabalhar duro para chegar a um acordo”.
Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descartou um cessar-fogo total.
O Catar tem desempenhado um papel de liderança nos esforços de mediação para garantir a libertação dos reféns detidos pelo Hamas em Gaza.
O pequeno e rico país do Golfo Pérsico esteve envolvido nas negociações que resultaram na libertação de quatro pessoas até agora — uma mãe e uma filha, que são cidadãs dos EUA, e duas mulheres idosas israelenses.
O Catar abriga a liderança política do Hamas, que mantém um escritório na capital do país, Doha, desde 2012, chefiado pelo líder do grupo palestino, Ismail Haniyeh.
Neste sábado (18), manifestantes que apelam ao governo israelense para dar prioridade à libertação de reféns caminharam de Tel Aviv a Jerusalém antes de realizarem uma manifestação em frente à residência oficial de Netanyahu.
Netanyahu foi criticado por não concentrar esforços na libertação dos sequestrados.
Numa entrevista a jornalistas no sábado à noite, ele disse que o primeiro objetivo da guerra era destruir o Hamas, o segundo era devolver os reféns e o terceiro era eliminar a ameaça de Gaza.
“Queremos respostas”, disse o manifestante Ari Levi, que teve dois familiares — incluindo o seu filho de 12 anos — levados pelo Hamas do kibutz Nir Oz, no dia 7 de outubro.
“Não é normal que crianças sejam mantidas reféns durante 43 dias. Não sabemos o que o governo está fazendo, não temos qualquer informação”, disse Levi à agência de notícias AFP.
“Quero que o governo os traga para casa”, disse Dvora Cohen, 43 anos, cujo cunhado e sobrinho de 12 anos foram sequestrados pelo Hamas.
Nesta semana, os militares israelenses disseram ter encontrado os corpos de duas reféns — Yehudit Weiss, de 65 anos, e a soldada Noa Marciano, de 19 anos — na Faixa de Gaza.
Israel lançou uma ampla operação militar — envolvendo ataques aéreos e de artilharia, bem como tropas terrestres — com o objetivo de eliminar o Hamas.
O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, afirma que o número de mortos em Gaza chegou a 13 mil.
Acredita-se que mais de 2 mil estejam soterradas sob os escombros.
Neste domingo, militares israelenses divulgaram imagens que mostram um “túnel terrorista de 55 metros de comprimento, 10 metros de profundidade abaixo do hospital Al-Shifa”.
No vídeo, a entrada para uma escadaria profunda é mostrada ao nível do solo, entre os escombros do complexo hospitalar, o maior da Faixa de Gaza.
Uma vez no fundo, as tropas parecem caminhar ao longo de um túnel bem construído que leva a uma porta pesada.
“Este tipo de porta é usada pela organização terrorista Hamas para impedir a entrada das forças israelenses nos centros de comando e nos ativos subterrâneos pertencentes ao Hamas”, afirmam as Forças de Defesa de Israel num comunicado, acrescentando que as investigações “continuam a descobrir a rota do túnel”.
Israel acusa o Hamas de operar um centro de comando e controle sob o hospital Al-Shifa — alegações que o grupo e a equipe médica do hospital negam.
A BBC não pôde verificar de forma independente o vídeo divulgado pelas Forças de Defesa de Israel.
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