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Rafah, que fica na fronteira entre Gaza e o Egito, é considerada o último refúgio de cerca de 1,5 milhão de pessoas – quase toda a população da Faixa de Gaza – que desde o início da guerra entre Israel e o Hamas deixaram o norte, o centro e outras cidades do sul do território palestino por conta de bombardeios e ações por terra do Exército de Israel.
Nesta sexta, Netanyahu anunciou que pretende ocupar toda a cidade temporariamente e que, por isso, pediu o plano aos militares. Segundo o premiê israelense, Rafah é também o último bastião do Hamas e, portanto, o último front de batalha para completar sua guerra contra o grupo terrorista.
Nesta sexta, o Exército israelense já bombardeou alvos em Rafah. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, oito pessoas morreram.
É na cidade, também, para onde os milhares de estrangeiros que estavam na Faixa de Gaza quando a guerra estourou vão quando recebem autorização para deixar o território – eles saem de lá pela passagem fronteiriça com o Egito, aberta apenas para a entrada de ajuda humanitária e saída de estrangeiros previamente autorizados ou de casos hospitalares emergenciais.
Israel anuncia ampliação da guerra no sul da Faixa de Gaza
O Egito não autoriza a entrada de palestinos em seu território, a não ser em casos excepcionais.
O anúncio foi criticado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que disse que a ocupação pode ter graves consequências humanitárias, já que a população não tem para onde ir.
Os Estados Unidos, que têm criticado as ações de Israel em Gaza, também vinham tentando que o acordo para uma nova trégua entre as duas partes saísse antes de Tel Aviv anunciar a ofensiva em Rafah.
No entanto, as negociações fracassaram, e uma nova rodada foi aberta na quinta-feira (8), em Cairo, no Egito.
Imagens aéreas de Rafah mostram o assentamento de refugiados da guerra no local. É possível ver o impacto do deslocamento de cerca de 1,5 milhão de pessoas de diversas regiões da Faixa de Gaza para a cidade, que tem população de 280 mil pessoas. (Veja foto abaixo)
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, afirmou na sexta (9) que os civis palestinos em Rafah, na Faixa de Gaza, precisam ser protegidos, mas é contra um deslocamento forçado em massa de pessoas. A declaração veio em meio à ordem de Netanyahu para evacuação da cidade.
“Estamos extremamente preocupados com o destino dos civis em Rafah. As pessoas precisam ser protegidas, mas também não queremos ver nenhum deslocamento forçado em massa de pessoas, o que é, por definição, contra a vontade delas. Não apoiaríamos de forma alguma o deslocamento forçado, que vai contra o direito internacional”, disse Dujarric.
O Egito enviou cerca de 40 tanques e veículos blindados de transporte de pessoal a região da cidade de Rafah, no nordeste do Sinai, nas últimas duas semanas.
A medida do governo egípcio faz parte de uma série de medidas para reforçar a segurança na fronteira com Gaza, segundo duas fontes de segurança do país ouvidas pela Reuters. O destacamento ocorreu antes da expansão das operações militares israelenses em torno de Rafah.
Por: G1
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