Um dos feridos chegou em estado crítico ao hospital por estar baleado no pescoço. Informações preliminares indicam que havia dois terroristas armados, um dos quais foi morto pela polícia.
O ataque marcou o fim de um dia agitado em Israel: milhares de israelenses que se opõem aos planos de reforma legal do governo de extrema direita do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, bloqueavam estradas dentro e ao redor do aeroporto Ben Gurion de Israel.
Simultaneamente, o país recebia o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, que conversou com autoridades israelenses num contexto de aumento da violência aumenta devido à morte de três palestinos na Cisjordânia.
Os protestos obrigaram o local das negociações com Austin a ser alterado de última hora.
Manifestantes contra a reforma judiciária de Benjamin Netanyahu seguram faixas e bandeiras em Modiin — Foto: Amir Cohen/Reuters
Poucas horas antes da chegada do americano, três palestinos foram mortos a tiros por policiais de fronteira israelenses disfarçados na Cisjordânia ocupada.
O encontro de Austin com seu homólogo israelense, Yoav Gallant, mudou de endereço. Netanyahu também se reuniu com o chefe do Pentágono, informou seu escritório.
O primeiro-ministro viajou depois para Roma. Manifestantes tentaram impedir a viagem bloqueando com veículos as ruas de acesso ao aeroporto.
Um deles, Ori Gal, de 18 anos, disse que estava protestando contra “a ditadura que emerge dos esgotos” e “ameaça a democracia israelense”.
Perto do Ministério da Defesa, em Tel Aviv, manifestantes a pé bloquearam uma das principais ruas.
Também houve manifestações menores em várias partes do país, obrigando Netanyahu a se deslocar para o aeroporto de helicóptero, em vez de carro.
Os opositores dos planos de reforma – que dariam ao poder político mais poder sobre os tribunais – protestam há nove semanas seguidas contra o que consideram uma ameaça à democracia.
O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, de extrema direita, disse que instruiu a polícia a impedir que os manifestantes bloqueiem as estradas.
“Manifestar, gritar, é democracia”, disse. “Mas a ilegalidade não será tolerada“, acrescentou.
Aumento da violência na Cisjordânia
Paralelamente, a violência na Cisjordânia está aumentando, coincidindo com o governo de coalizão de Netanyahu, que assumiu em dezembro e é considerado o mais direitista da história de Israel.
O Ministério da Saúde palestino anunciou nesta quinta-feira o “martírio” (morte) de três homens que foram mortos a tiros por forças israelenses em Jaba, perto da cidade de Jenin, no norte, o epicentro da violência.
O Ministério da Saúde identificou os mortos como Sufyan Fakhoury, 26 anos, Ahmed Fashafsha, 22, e Nayef Malaysha, 25.
A polícia israelense disse que forças especiais acompanhadas por soldados estiveram em Jaba para prender suspeitos envolvidos em tiroteios contra soldados na área, incluindo Fakhoury e Fashafsha.
Eles são dois membros do movimento palestino Jihad Islâmica.
“Durante a operação, tiros foram disparados contra policiais de fronteira infiltrados… Eles responderam atirando e matando três homens armados no carro”, disse a polícia.
“Várias armas e artefatos explosivos foram encontrados no veículo”, acrescentou.
Por sua vez, a Jihad Islâmica condenou Israel pelo “assassinato cruel” perpetrado em Jaba.
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