As autoridades foram a um hospital perto de Tóquio na semana passada para interrogar o homem de 70 anos. Ele informou que tinha câncer terminal e que desejava morrer usando seu nome verdadeiro, Satoshi Kirishima, em vez de seu pseudônimo.
Segundo a polícia, ele também revelou detalhes desconhecidos sobre os ataques.
Embora não fosse um dos membros mais importantes do grupo radical chamado Frente Armada Anti-Japão da Ásia Oriental, ele era considerado o único dos 10 integrantes que nunca foi capturado.
Enquanto era fugitivo, Kirishima nunca teve um celular nem seguro de vida, e recebia seu salário em dinheiro vivo para evitar ser detectado, segundo a emissora pública NHK e outros veículos locais.
Poster de procurado com o rosto de Satoshi Kirishima (poster azul no centro) colado na parte de fora de delegacia em Tóquio. Kirishima era um dos fugitivos mais procurados do Japão desde a década de 1970. — Foto: Eugene Hoshiko/AP
Morte quatro dias após o interrogatório
O homem morreu na última segunda-feira (29), quatro dias após o interrogatório. Segundo o jornal “Kyoto News”, a identidade de Satochi foi confirmada de forma póstuma por meio de testes de DNA realizados nele e em familiares do suspeito, que eram compatíveis. A polícia não confirmou a versão da mídia.
Yasuhiro Tsuyuki, chefe da Agência Nacional de Polícia do Japão, afirmou que acredita “que o homem que morreu no hospital depois de afirmar ser Satoshi Kirishima era realmente o suspeito”.
Ainda na sexta (2), investigadores da polícia realizaram buscas em uma empresa de construção onde Kirishima teria trabalhado durante cerca de 40 anos sob o pseudônimo de Hiroshi Uchida.
Nascido em 1954, Kirishima cursava universidade em Tóquio quando começou a participar de atividades extremistas e se juntou à Frente Armada Anti-Japão da Ásia Oriental, um grupo militante que realizou uma série de ataques com bombas contra grandes empresas japonesas na década de 1970.
No ataque mais famoso atribuído à Frente Armada, oito pessoas morreram e mais de 160 ficaram feridas no ataque de 1975 a um edifício da Mitsubishi Heavy Industries.
Acredita-se que Kirishima teria participado de diversos ataques do grupo. Em um deles, o homem colocou uma bomba-relógio em um prédio no distrito de Ginza, em Tóquio, em abril de 1975. Não houve feridos nessa ocasião.
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Por: G1
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