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Joias do Estado: ex-premiê e ex-ditador do Paquistão foram condenados por levar Rolex e outros presentes; relembre

today27 de agosto de 2023 8

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No Paquistão, um ex-premiê foi condenado por vender joias do acervo oficial do país que ele ganhou. E, anos antes, um ex-ditador do Paquistão também foi acusado de levar um Rolex, joias e diamantes ao deixar o poder.

Khan, que foi destituído do poder no fim de 2022 após perder uma moção de desconfiança no Congresso, levou do acervo do Estado itens como um anel, um par de abotoadoras e relógios Rolex, estimados, no total, em cerca de R$ 3 milhões.

O ex-premiê negou as acusações, mas áudios de sua mulher revelados pela imprensa registraram o casal falando sobre a venda de relógios retirados do acerto.



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O caso não é único no país. Pelo contrário: tem sido tão recorrente que, no fim do ano passado, uma alta Corte do país, o Tribunal Superior de Lahore (LHC), abriu uma série de audiências para tentar rastrear e encontrar joias levadas por ex-líderes do poder e que nunca foram encontradas.

Um dos mais marcantes é o do general Pevez Musharraf, ex-ditador que comandou o país entre 1999 e 2008. Naquele ano, Musharraf foi acusado por promotores de retirar ilegalmente uma série de joias dadas de presente ao Estado ao deixar o poder e se exilar em Londres.

O general, que chegou ao poder após um golpe de estado e era aliado do Ocidente, teve de pagar uma taxa imposta pelo governo por ter levado as joias, após o esquema ser revelado pela imprensa local.

Mas os relógios da marca Rolex e o restante do acervo, ainda segundo a imprensa paquistanesa, jamais foram devolvidos ao acervo oficial do país.

Segundo revelou uma reportagem do jornal “The Daily” da época, o general levou ilegalmente 168 itens do acervo de presentes dados por líderes de outros países ao Paquistão.

Este ano, o governo paquistanês divulgou um relatório no qual descreve os presentes que Musharraf nunca devolveu. Desde o ano passado, uma Corte do país tenta encontrar e resgatar os presentes.

O ex-premiê do Paquistão Pevez Musharraf cumprimenta o ex-presidente dos EUA George W. Bush, na Casa Branca, em 2006. Os dois eram aliados. — Foto: Gerald Herbert/ AP

Todos os itens levados pelo ex-ditador, segundo a publicação, eram joias como colares, brincos e pulseiras de pérola, ouro e diamante, dois Rolex e até dois revólveres dados pelos Estados Unidos — Musharraf, que chegou ao poder como um militar moderado, era aliado de Washington na luta contra grupos terroristas como a Al-Qaeda.

Na ocasião, a imprensa paquistanesa apontou que uma das caixas de joias que o ex-líder levou foi dada de presente pelo então presidente norte-americano George W. Bush.

De aliado do Ocidente a autocrata e repressor

O ex-presidente do Paquistão, o general Pervez Musharraf, chegou neste domingo ao aeroporto internacional de Karachi — Foto: AFP Photo/Aamir Qureshi

A gestão do então líder foi elogiada e bem-vista por boa parte dos paquistaneses e de líderes do Ocidente. Ele prometia aumentar a democracia do país — que se tornou independente do Reino Unido em 1947, mas passou décadas sob comando direto e indireto das Forças Armadas.

No fim de seu governo, no entanto, Musharraf começou a tomar medidas de caráter autocrata e foi acusado de usar o Exército para massacres e repressão violenta a dissidentes em protestos e atos religiosos.

Em 2019, um tribunal do Paquistão chegou a condená-lo à morte por alta traição e por manter um estado de exceção prolongado no país, quando todas as liberdades civis, direitos humanos e processos democráticos foram suspensos.

Uma investigação nos anos seguintes chegou a apontar que Musharraf ameaçou por telefone a ex-premiê quando ela estava no exílio, na tentativa de mantê-la fora do país — Benazir Bhutto foi morta após voltar ao Paquistão e anunciar que concorreria novamente ao cargo de premiê.

Musharraf negou em diversas entrevistas a acusação. Ele disse achar que, por Bhutto ser próxima ao Ocidente, políticos radicais contrários à interferência constante dos Estados Unidos no país podem ter planejado o atentado com membros dos Talibã.

Mas, até hoje, filhos de Benazir Bhutto dizem acreditar que o ex-premiê teve participação na morte da mãe e que sabotou a segurança dela no Paquistão para facilitar o atentado, o que ele também nega.

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Por: G1

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