Conforme o promotor de Justiça Daniel Augusto Costa Martori, a mulher “sequer afirma que teria mantido, naquela data, relação sexual ou qualquer ato libidinoso” contra os acusados.
Outro fato citado pelo representante do MP-SP é que Letícia registrou Boletim de Ocorrência em 14 de junho, mais de dois meses após o possível crime, o que inviabilizou perícia pelo Instituto Médico-Legal (IML) para atestar a suposta prática sexual.
Em entrevista concedida ao Jornal A Tribuna, Silva afirmou estar aliviado e que tinha plena confiança na Justiça. “Vivi dias terríveis com a Janaina, que sempre esteve ao meu lado, e com meus dois filhos. Foi um grande sofrimento para todos nós em casa, mas não tinha dúvidas de que o inquérito seria arquivado.”
O vereador agradeceu o apoio de pessoas nesse período e adiantou já estar tomando medidas judiciais contra a denunciante.
A acusação contra o vereador tornou-se pública no dia 13 passado, quando a mulher protocolou na Câmara a abertura de uma comissão processante para analisar o pedido de cassação de Silva pelas supostas práticas de estupro de vulnerável, rachadinha (repasse de parte dos vencimentos de assessores a políticos e/ou assessores) e abuso de poder. No mesmo dia, a Casa acatou a solicitação.
Silva negou as acusações e disse que surgiram após Letícia ser informada que não seria nomeada para trabalhar no gabinete dele.
O vereador também criticou a abertura da comissão com base na denúncia de uma munícipe, porque somente a Mesa Diretora ou um partido com representação na Casa teria legitimidade para fazer esse tipo de solicitação, segundo a Lei Orgânica do Município. O mesmo se aplica a senadores, deputados federais e estaduais, segundo as constituições Federal e do Estado.
Whelliton Silva (PL) rebateu as acusações de estupro, ‘rachadinha’ e abuso de poder — Foto: Reprodução/Redes Sociais
“Na defesa prévia que apresentei à comissão, faço esses apontamentos e peço a nulidade da criação dela, pois a denunciante não teria legitimidade para fazer esse tipo de pedido, nem apresentou provas das acusações contra mim”, afirmou.
O presidente da comissão processante, Cadu Barbosa (PTB), explicou que esse pleito foi encaminhado para análise da Procuradoria da Câmara. Ele disse que a apuração relacionada ao estupro de vulnerável chegou ao fim com essa decisão judicial, mas as demais acusações ainda serão analisadas.
No despacho do MP-SP, o promotor informou que enviou à Polícia Civil a cópia integral dos autos “para continuidade das investigações em relações aos demais delitos”.
Silva explicou que essa referência se deve aos crimes dos quais ele e a mulher são vítimas e estão sendo apurados em inquéritos autônomos. “Por esse motivo, foi solicitado hoje (ontem) esse pedido de esclarecimento ao Ministério Público para que não haja nenhuma dúvida sobre essa questão”, justificou Barbosa.
Whelliton Augusto Silva atuava como atacante. Ele estreou profissionalmente em 1993, no Santos, quando já tinha 19 anos. Em 1995, foi vice-campeão brasileiro com o time.
Durante a carreira, ele ainda defendeu o Vila Nova, Anápolis, Santo André, Corinthians Alagoano e o Boavista, onde foi campeão português em 2000 e 2001. Em 2004, assinou com o Flamengo, pelo qual atuou em 19 partidas. Entre 2005 e 2006, defendeu a Portuguesa e o CRB, seu último clube como profissional.
Whelliton Silva (PL), hoje vereador de Praia Grande (SP), já defendeu o Santos FC e o Flamengo — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Ele iniciou na carreira política quando virou presidente do diretório do PT em Praia Grande. Em 2020, Whelliton filiou-se ao PL para concorrer a uma vaga na Câmara Municipal e ficou em 16º lugar na eleição para vereador, com 1.540 votos.
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