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Justiça autoriza desmanche de navio de expedições à Antártica no Porto de Santos para evitar riscos ambientais

today8 de julho de 2023 7

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O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) autoriza a Autoridade Portuária de Santos (APS) a remover o navio Prof. W. Besnard, conhecido por inúmeras viagens à Antártica, do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, mesmo que para isso tenha que ser desmanchado. A decisão acata um pedido da própria APS para cumprir uma ação determinada à Prefeitura de Ilhabela, que é responsável pela embarcação, mas não executou a determinação.

Na decisão, obtida pelo g1 neste sábado (8), o juiz Leonardo Grecco destacou ainda que os eventuais custos para a remoção e desmanche devem ser posteriormente repassados à administração pública de Ilhabella. O magistrado pontuou os riscos do afundamento do navio.

O afundamento da estrutura totalmente contaminada está fora de cogitação, agora sim, sob pena de risco efetivo ao meio ambiente natural“, pontuou Grecco. Para o juiz a a preservação da memória do navio foi providenciada pela Universidade de São Paulo (USP), que já tinha removido “todo o material de interesse histórico da embarcação para seu próprio museu”.



A autoridade endossou a questão do risco ambiental, uma vez que o navio não tem mais condições de navegabilidade, e justificou que o pedido à Justiça com o fato de o navio estar atracado em uma área considerada de expansão, onde será instalado o Parque Valongo.

A Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) atestou, com base em laudo do tecnólogo naval Ismaelson Zanetti Junior, que o navio não tem condições de navegabilidade para que possa ser rebocado a Ilhabela para atender a proposta inicial, que seria afundá-lo de forma controlado para criar recifes artificiais.

Em nota, o presidente da APS, Anderson Pomini, reforçou que o navio está sem uso desde 2008 e já cumpriu missão por 40 anos, realizando mais de 150 viagens à Antártica. “A remoção do navio é um passo importanto para todo o projeto de revitalização e uso público do trecho do cais compreendido entre os armazéns 1 ao 7 do Porto de Santos, a ser executado pela Prefeitura de Santos e pela APS”.

Após um grande incêndio em 2008, o navio ficou inoperante — Foto: Divulgação/Ibama

A APS informou, ainda, que comunicará a Prefeitura de Ilhabela sobre o custo do desmantelamento e dará inícios às providências para imediata remoção, serviços que deverão obedecer a todos os critérios de segurança ambiental.

O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Ilhabela, com o Instituto Oceanográfico (IO) da USP, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

O navio Prof. W. Besnard foi doado pela Universidade de São Paulo (USP) para Ilhabela, que queria afundá-lo e transformá-lo em um recife artificial. Em 2019, a Prefeitura de Ilhabela decidiu doar a embarcação ao Imar, com a intenção de transformá-lo em museu flutuante. O navio, porém, continua atracado no Porto de Santos sem muitos cuidados.

Segundo a SPA, a concessionária iniciou uma ação contra a Prefeitura de Ilhabela para retirada do navio do Porto de Santos, em 2018, e em 2021, a ação transitou em julgado em favor da Autoridade Portuária de Santos, com obrigação de remoção da embarcação e imposição de multa diária por descumprimento.

Após o não cumprimento da sentença pela Prefeitura, em setembro de 2022, foi publicada decisão ratificando a determinação de retirada imediata da embarcação.

Embarcação está abandonado no Porto de Santos desde 2008 — Foto: Divulgação/Ibama

Com 49,3 metros de comprimento, o Besnard foi construído por encomenda do governo paulista e foi lançado ao mar em 1966. A embarcação passou pela costa brasileira, fez expedições no arquipélago de Cabo Verde e realizou mais de 260 viagens para a formação de pesquisadores passando por mais de 10 mil pontos para coletas para estudos científicos.

O navio levou as primeiras equipes de pesquisa brasileiras à Antártida. Depois disso, passou por duas reformas na década de 90 e um grande incêndio em 2008, que o deixou inoperante.

Navio Professor W. Besnard em Ubatuba em 2001. — Foto: Francisco Vicentini/Divulgação Instituto Oceanográfico da USP

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Por: G1

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