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Justiça decreta prisão preventiva de Orlando Rollo, ex-presidente do Santos, por desvio de cocaína de facção criminosa

today19 de dezembro de 2022 34

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O Juiz da 5ª Vara Criminal da Comarca de Santos, no litoral de São Paulo, Walter Luiz Esteves de Azevedo, também decretou a prisão preventiva de outros agentes da polícia civil suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas e crimes contra administração pública: Joaquim Carlos de Freitas Bonorino Filho, Marcelo Silva Paulo e Ricardo de Almeida Razões.

Também foi decretada a prisão preventiva de João Manoel Armôa Junior, advogado criminalista que está preso provisoriamente, desde setembro, e é tido como a ponte entre os traficantes e os policiais para o pagamento de propina pela liberação da droga apreendida.

João Manoel Armôa, que está preso desde setembro, conforme apurado, é tido como a ponte entre os traficantes e os policiais para o pagamento de propina pela liberação da droga apreendida. — Foto: g1 Santos



Vinicyus Soares da Costa, mais conhecido como Evoc, e que seria o principal cliente de Armôa é apontado como líder da facção criminosa na região, e também entrou na lista para ser preso preventivamente. O último nome é o de Tiago Lima Gregório, apontado pela polícia como o proprietário do caminhão que transportava as drogas.

No documento despachado e assinado por Azevedo, o magistrado afirma que os crimes são de ‘imensa gravidade’ e que a quantidade de drogas é ‘impressionante’. “Um lote de 790 quilos de cocaína é capaz de infelicitar um número gigantesco de pessoas e famílias”.

O juiz destacou também que que há indícios de que os agentes do Estado, pagos com o dinheiro público, se voltaram contra a sociedade e usavam os recursos públicos, inclusiva uma sala do 3º Distrito Policial (DP) para praticar os crimes.

Orlando Rollo, ex-presidente do Santos e policial civil, teve prisão preventiva decretada — Foto: Arquivo pessoal

“A prisão também é necessária para que se assegure a instrução criminal. Quatro dos representados são investigadores de polícia. Eles têm à disposição os recursos do Estado […] e podem andar armados. Eles têm acesso a informes mesmo sigilosos no âmbito da Polícia Civil. O mero afastamento deles das funções policiais seria insuficiente para assegurar o andamento das investigações”, ressaltou na decisão.

A reportagem do g1 entrou em contato com o advogado de Rollo e dos outros três agentes da polícia civil, Armando de Mattos Júnior, que afirmou: “No atual momento processual, não vou manifestar-me”. Já Eugênio Malavasi, que faz a defesa de Armôa, declarou que a prisão preventiva decretada é ilegal e que vai solicitar o habeas corpus, visando a revogação da decisão judicial.

Ainda de acordo com a apuração, as eventuais ações criminosas começaram a ser investigadas em agosto deste ano, quando os citados policiais oficializaram a apreensão de 168 quilos da droga, que pertencia à própria facção, e estaria escondida em um caminhão, na Ilha Barnabé, na margem direita do porto organizado de Santos.

Cocaína apreendida por equipe de Rollo e demais investigadores seria apenas uma fração da carga interceptada e liberada à facção — Foto: Reprodução/TV Tribuna

O volume de droga, porém, seria superior ao apresentado na delegacia – a reportagem não teve acesso à quantidade desviada, se foi negociada em troca de propina e os valores obtidos de forma ilícita. Sabe-se, no entanto, que a cocaína abasteceria os pontos de tráfico no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ).

O advogado de Rollo e dos outros três agentes, Armando de Mattos Júnior, alegou à época que os clientes são inocentes. “São policiais antigos, de boa conduta, conhecidos na comarca e são policiais trabalhadores”, disse após as prisões.

Orlando Rollo nasceu em Santos, se formou em Direito, tem tecnólogo em Segurança Pública e atua como investigador da Polícia Civil de São Paulo desde 2002.

Sócio do Santos desde 1993, ele foi conselheiro do clube por sete mandatos, entre 1999 e 2014 e de 2017 e 2020. Na eleição para a presidência do Peixe de 2014, ele foi o quarto colocado. Em 2017, ele foi eleito como vice na chapa encabeçada por José Carlos Peres. Substituto de José Carlos Peres, que sofreu impeachment, ele esteve no cargo por três meses. Em janeiro, o eleito Andres Rueda assumiu.

Na área do futebol, ele faz um MBA em Marketing Esportivo e Psicologia do Esporte, tem curso de Gestão Estratégica de Esportes pela FGV e faz o curso oficial de Gestão de Futebol da CBF Academy. Ele também tem três especializações na área de administração esportiva pela UniBF (PR).

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