O acidente aconteceu na altura do quilômetro 402,2 da rodovia, na pista sentido São Paulo. O ônibus vinha de Tijucas do Sul (PR) e tinha como destino a cidade de São Pedro (SP). A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou, na época, que 19 pessoas estavam listadas entre os passageiros.
No documento, obtido pelo g1, o juiz João Walter Cotrim Machado solicitou que o investigado responda à acusação, por escrito, em um prazo de dez dias após a intimação. Ele também pediu que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) preste informações para o processo. O advogado do motorista, Marco Valadares, informou que aguarda a intimação para dar início a defesa.
Na denúncia, o promotor de Justiça de Miracatu (SP), Jonathan Vieira de Azevedo, solicitou uma reparação dos danos morais aos sucessores das vítimas, em uma quantia de R$ 50 mil para cada. Além disso, pediu a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do motorista, que deverá ser entregue à autoridade de trânsito.
De acordo com o promotor, dez minutos antes do acidente, o ônibus passou em algo não identificado na pista e bateu o para-choque no asfalto. No entanto, o motorista não parou para verificar o estrago.
A defesa disse que o motorista não parou, pois a perda de controle se deu por conta do estouro do pneu, logo após o impacto. Por este motivo, solicitou que a autoridade policial uma investigação sobre a responsabilidade da Arteris, concessionária responsável pela via onde aconteceu o acidente.
Pneus dianteiros do ônibus da dupla explodiram no acidente — Foto: Divulgação
O promotor acrescenta que Valdoir foi visto a cerca de 109 km/h, quando a velocidade máxima permitida no local é de 80 km/h. De acordo com o advogado, a máxima era de 90 km/h.
“Não havia tacógrafo [dispositivo que registra a velocidade dos veículos] e [a velocidade] foi feita por meio de uma estimativa realizada pelas câmeras de monitoramento. Entretanto, no ponto exato do acidente, a concessionária não disponibilizou as imagens do local”, alegou Valadares. A Arteris foi procurada, mas não respondeu até a última atualização desta reportagem.
O documento aponta que o motorista também deixou de cobrar dos passageiros o uso do cinto de segurança, medida que pode ser exigida por qualquer condutor de veículo. A defesa, no entanto, não concorda com a acusação.
Ônibus da dupla sertaneja Conrado e Aleksandro ficou destruído após grave acidente em rodovia no interior de SP — Foto: Rinaldo Rori/g1
Acidente com ônibus da dupla Conrado & Aleksandro no interior de SP causa mortes — Foto: Arte/g1
O acidente aconteceu no dia 7 de maio de 2022, por volta das 10h30, no km 402,2 da pista, no sentido São Paulo (SP). A reportagem apurou, na época, que 19 pessoas estavam listadas entre os passageiros. Seis pessoas, inclusive o cantor Aleksandro, morreram no acidente.
Em 3 de junho daquele ano, o laudo pericial do Instituto de Criminalística (IC) revelou que dois pneus do ônibus da dupla sertaneja apresentaram sinais de explosão. Os danos, segundo o documento, “sugerem a ocorrência de impacto do pneu contra algum tipo de obstáculo na via”, como “buraco, pedra, objeto grande”.
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