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Manifestações na França contra racismo policial completam 1 semana

today4 de julho de 2023 6

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Nos primeiros três dias de manifestações, mais de 800 pessoas foram detidas. Para conter as manifestações, o governo da França disse que estuda declarar estado de emergência no país inteiro por conta do caráter violento dos protestos.

O balanço divulgado pelo Ministério do Interior também aponta que 24 edifícios foram danificados, 159 veículos queimados e foram registrados 202 pontos de incêndio nas ruas durante a sétima noite de violência. Nenhum policial ficou ferido.

As manifestações explodiram na terça-feira da semana passada, após a morte de Nahel, um jovem de 17 anos atingido por um tiro à queima-roupa de um policial durante uma operação de controle de trânsito no subúrbio de Paris.



Um vídeo (veja abaixo) mostrou como os policiais o abordaram com armas e, segundos depois, como o jovem acelerou o carro. Um dos oficiais então disparou, e Nahel morreu horas depois pelos ferimentos da bala, que atingiram seu tórax.

Policial atira em jovem de 17 anos durante abordagem

Policial atira em jovem de 17 anos durante abordagem

A tragédia provocou uma onda de atos na França, em particular na periferia da capital, que perdeu força nos últimos dias, após os apelos de calma e a mobilização de 45 mil integrantes das forças de segurança pela terceira noite consecutiva.

Nahel era filho de uma mãe argelina e pai marroquino, e fazia parte da chamada segunda geração – jovens de pais imigrantes, mas que nasceram na França, em maioria de classe média baixa e que, muitas vezes, vivem em um hiato entre a sociedade em que nasceram e o país de origem de seus país.

Casos desse tipo não são incomuns na França – desde 2022, 13 pessoas morreram em abordagens similares na periferia de Paris, segundo a Promotoria da cidade.

Manifestações mais calmas

Com a situação a caminho de um apaziguamento, o presidente Emmanuel Macron tentará “compreender as causas que provocaram os atos” durante uma reunião nesta terça-feira com os prefeitos de 220 localidades afetadas pelos distúrbios, informou seu gabinete.

A violência na França, que será a sede este ano do Mundial de Rúgbi e receberá os Jogos Olímpicos em 2024, provocou grande preocupação na comunidade internacional. A ONU pediu ao país que aborde o “profundo problema do racismo” na polícia.

A violência e a revolta dos jovens nos bairros populares recordam os distúrbios que abalaram o país em 2005, depois que dois adolescentes morreram eletrocutados quando fugiam da polícia em um bairro do subúrbio de Paris.

Carro invade casa de prefeito em nova noite de tumulto na França

Carro invade casa de prefeito em nova noite de tumulto na França

Organizações Não Governamentais como a Human Rights Watch vêm denunciando que o comportamento da polícia com jovens da periferia parisiense só vem piorando, e que não há qualquer tipo de treinamento.

Além disso, organizações também criticam a postura do governo atual, que lamentou a morte de Nahel mas está focando suas ações em reprimir os protestos – o presidente Emmanuel Macron considera declarar estado de emergência.

Em 2005, um caso marcou o país, e o governo à época prometeu mudar essa situação. Naquele ano, dois adolescentes negros e também filhos de pais africanos morreram eletrocutados quando fugiam da polícia em Clichy-sous-Bois, ao noroeste da capital francesa.

O governo do então presidente, o conservador Jacques Chirac, decretou estado de emergência, pela primeira vez na França metropolitana. Ele prometeu revisar a abordagem dos policiais, mas os dois oficiais envolvidos no caso acabaram absolvidos dez anos depois.

Algumas decisões judiciais também têm indicado um retrocesso na nova política de integração. Na quinta-feira (29), por exemplo, a Justiça francesa manteve uma decisão de vetar o uso do hijab em jogos de futebol feminino. O caso havia suscitado amplos debates políticos no país.

Prefeitos pediram o fim dos tumultos e da depredação de escolas e prédios públicos na França — Foto: Reprodução/Jornal Nacional




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Por: G1

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