Marinha vai instaurar inquérito para apurar causas do afogamento do homem que pulou de barca no litoral de SP

A Marinha disse ainda que tomou conhecimento do fato na segunda-feira (21). A Capitania dos Portos de São Paulo aguarda a conclusão da investigação por parte das autoridades competentes para a instauração de um inquérito administrativo.

O órgão lamentou profundamente o ocorrido e se solidariza aos familiares e amigos da vítima. A Marinha disse que incentiva e considera importante a participação da sociedade para denúncias e emergência náuticas por meio do telefone 185.

De acordo com informações da Polícia Civil, guardas portuários faziam patrulhamento na região portuária de Santos quando foram informados de uma ocorrência de vítima de afogamento, por volta das 15h, na sexta-feira (18).

Um testemunha relatou às autoridades que, no trajeto entre as duas cidades, um passageiro teria recusado a compra de balas de um ambulante. Mas, ele ofereceu o valor de R$ 50, caso o vendedor pulasse na água.

Ainda segundo o relato, o ambulante recusou a aposta, mas Sérgio teria dito aos dois homens que ele pularia no mar pelo dinheiro. Na sequência, a vítima se jogou da barca, já próximo ao ponto de atracação em Santos. O homem não conseguiu nadar, se debateu por alguns segundos, e em seguida, se afogou.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e encaminhou a vítima para a Unidade de Pronto Atendimento (Upa) Central, onde foi constata a morte.

Nas imagens obtidas pelo g1, em um dos trechos do vídeo a testemunha que registrava a ocorrência disse: “O moleque desmaiou aqui na água, ‘peitou’ aposta”. Ainda com base no vídeo, o responsável pega gravação afirmou ter visto o homem pulando da barca após aceitar um desafio.

A filha do homem, de 43 anos, contou ao g1 que a família não acredita nessa versão registrada pela polícia, sobre o desafio valendo dinheiro, e disse que o pai nadava muito bem. “Ele sabia que o tênis ia pesar na hora de nadar. Ninguém é louco de pular com tênis para nadar, ainda mais ele que quebrou as duas pernas e não teve fisioterapia. Dificultaria mais”, disse Ketlen Vitoria da Silva Pereira, de 18 anos.

A filha acredita que Sergio Luís Pereira, que era deficiente visual e trabalhava de forma autônoma como chapeiro e manobrista, não aceitaria a aposta. Ela contou que a situação financeira dele não estava ruim. Segundo ela, Pereira era um ótimo pai, avô e filho.

A Polícia solicitou exame no Instituto Médico Legal (IML). O caso foi registrado como morte suspeita no 5º Distrito Policial do Porto de Santos. A polícia informou que vai investigar a ocorrência.

O g1 entrou em contato com a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) que lamentou o incidente e esclareceu que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações do caso. Além disso, reforçou que a segurança dos usuários depende do respeito às orientações da tripulação e das equipes em terra.