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O líder ultraliberal fez homenagens aos veteranos e soldados que morreram e disse que vai “iniciar uma rota clara para que as Malvinas voltem a ser argentinas”. Ele não é o primeiro a fazer afirmações dessa natureza: diversos presidentes, como Cristina Kirchner e Maurício Macri, reivindicaram a posse das ilhas que hoje são do Reino Unido —e lá chamadas de Falklands.
Os militares que comandavam a última ditadura da Argentina, entre 1976 e 1983, também queriam as ilhas e chegaram a agir para isso: ocuparam militarmente o território em 1982, e dessa forma iniciaram a guerra com o Reino Unido —que durou apenas dois meses e foi vencida pelos ingleses.
Mas por que os argentinos afirmam que as ilhas pertencem a eles?
Um dos principais motivos pelos quais a Argentina reivindica a posse é a proximidade: as ilhas ficam a cerca de 600 kms de distância da costa da Patagônia e cerca de 13 mil kms do Reino Unido.
Os argentinos argumentam que quem primeiro ocupou as ilhas foram os espanhóis que governavam o Vice-Reino do Rio da Prata –a região que, em 1810, se tornou independente da metrópole da Espanha para virar a Argentina.
Na década de 1820, já independente da Espanha, a Argentina enviou autoridades para tomar posse das ilhas. Em 1829, nomeou um governador para as Malvinas.
Quatro anos mais tarde, em 1833, os ingleses expulsaram as autoridades argentinas das ilhas.
Quase 150 anos depois, em abril de 1982, sob a ditadura,os argentinos lançaram a Operação Rosário, ou seja, a tentativa de recuperar as ilhas com forças militares. Esse foi o começo da Guerra das Malvinas.
O Reino Unido afirma, no entanto, que sua reivindicação é de 1765, anterior à década de 1820, e que enviou um navio de guerra para as ilhas em 1833 para expulsar as forças argentinas que tinham tentado tomar posse das ilhas.
Navio General Belgrano, da Argentina, no momento em que foi afundado pelos ingleses, em 1982 — Foto: AP
Em 1982, a Argentina invadiu as ilhas. Começou a guerra, que foi vencida pelos ingleses dois meses depois. No total, morreram:
Anos depois da guerra, em 2013, os moradores das Malvinas votaram em um plebiscito para decidir o destino da ilha, e optaram por permanecer como um território ultramarino do Reino Unido.
Veja abaixo uma reportagem sobre os 40 anos da Guerra das Malvinas.
40 anos da guerra das Malvinas: a disputa entre ingleses e argentinos
Em sua participação para lembrar os 42 anos da guerra, Milei disse que a maior homenagem que se pode fazer aos veteranos dé defender a reivindicação de soberania da Argentina sobre as ilhas.
A cerimônia de terça-feira foi o primeiro tributo aos veteranos da guerra durante o governo de Milei. A vice-presidente, Victoria Villarruel, filha de um ex-combatente da guerra, também estava presente.
O presidente ultraliberal já havia dito que as ilhas Malvinas deveriam passar para a Argentina.
Segundo Milei, para que o país seja respeitado, é preciso que seja protagonista no comércio internacional e tenha um exército preparado para proteger sua soberania.
Javier Milei em 2 de abril de 2024, durante cerimônia em homenagem aos soldados mortos na Guerra das Malvinas — Foto: Agustin Marcarian/Reuters
Em seguida, fez elogios aos militares e convocou “uma nova era de reconciliação da sociedade com as Forças Armadas, dando a elas o reconhecimento e o apoio que merecem”.
A última ditadura na Argentina começou em 1976 e acabou em 1983. Desde então, o país julgou e condenou militares que cometeram crimes durante o período.
Milei afirmou em seu discurso que quer mudar a imagem das forças armadas.
Mapa mostra localização das Malvinas — Foto: Ana Moscatelli/g1
Por: G1
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