Demorou, mas George Santos, o congressista-mentiroso-compulsivo eleito pelo Partido Republicano, finalmente presta contas à Justiça, acusado de crimes federais por um tribunal em Long Island, Nova York.
Ele embelezou o currículo com invenções rocambolescas sobre a sua vida pessoal, mas os promotores se debruçaram sobre os relatórios de financiamento de campanha e falcatruas em sua riqueza pessoal, para pedir a prisão.
Filho de brasileiros, o deputado de 34 anos vem se mostrando desafiador às numerosas denúncias que pesam sobre seu histórico pessoal. Pelas redes sociais, Santos descartou em fevereiro a possibilidade de renúncia, apesar de desprestigiado e ridicularizado entre seus pares e investigado também pelo Comitê de Ética da Câmara.
“Ele terá o seu dia de tribunal”, vaticinou a congressista democrata Alexandria Ocasio-Cortez, também eleita por Nova York, na véspera da prisão.
Na Câmara de Representantes, Santos não disse a que veio em seu primeiro mandato, a não ser pelos sucessivos escândalos, que lhe deram notoriedade e o levaram a ser removido de comissões parlamentares.
Ainda que esteja isolado, declarou-se disposto a concorrer à reeleição em 2024, alinhado à ala mais extremista dos republicanos.
Ele ajudou o presidente da Casa, Kevin McCarthy, a ganhar o posto, numa disputa acirrada dentro do partido. Prestou solidariedade ao ex-presidente Donald Trump, quando ele esteve na mesma situação, também indiciado por um tribunal federal em Nova York.
Sem alternativa, o líder McCarthy reafirmou que tratará o congressista da mesma forma como procedeu com outro colega, Jeff Fortenberry, eleito por Nebraska, que no ano passado renunciou ao cargo por mentir ao FBI sobre uma contribuição ilegal de campanha.
Mitômano, Santos moldou a carreira política calcada em invenções sobre a origem familiar e formação acadêmica, rapidamente desmascaradas pela imprensa americana. Os avós não foram perseguidos no Holocausto, a mãe não estava nas Torres Gêmeas, quando desmoraram em 2001, nem foi produtor de Hollywood em “Homem Aranha”.
Não teve empregos em Wall Street, nem conquistou diplomas em prestigiadas universidades americanas; sequer integrou ou foi estrela de uma equipe de vôlei, conforme assegurou a iludidos eleitores antes que eles o alçassem, em novembro passado, aos corredores do Capitólio, em Washington.
Em contrapartida, o deputado calouro é acusado de fugir com o dinheiro arrecadado para salvar um pitbull de um veterano deficiente e operar um esquema de pirâmide. E de distorcer as finanças de sua campanha e enganar os contribuintes para obter ganhos financeiros.
“Ele usou as contribuições políticas para encher os bolsos, solicitou ilegalmente benefícios que deveriam ter ido para nova-iorquinos que perderam o emprego com a pandemia e mentiu para a Câmara dos Deputados”, atestou o promotor Breon Peace. Pode-se dizer que, na melhor das hipóteses, George Santos está moralmente acabado e seu castelo de mentiras começou a ruir.
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Por: G1
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