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Mulher descobre câncer no litoral de SP após passar vários anos com caroço sem diagnóstico

today29 de agosto de 2022 47

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Franciele Nunes, de 29 anos, descobriu um câncer de mama após passar cerca de quatro anos com um caroço no peito. Ela é ajudante de cozinha de um bar em Cubatão (SP) e conta que, na época, não realizou exames no sistema público de saúde devido à demora no agendamento. Agora, com um diagnóstico, ela aguarda por um atendimento com um oncologista cirúrgico que, segundo ela, possui uma fila de espera de até quatro meses.

Ao g1, Franciele explicou que o diagnóstico do caroço em sua mama só foi definido em 10 de agosto deste ano, por meio de exames solicitados por um médico mastologista de uma clínica em Cubatão. “Os exames eu fiz particular. O primeiro deles foi pedido há dois meses e até hoje não fui chamada”, explica.

Ela afirma que convive com o caroço há cerca de quatro anos, porém, na época, ela relata que também teve dificuldades para marcar consultas e exames pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, por isso, acabou desistindo. Segundo Franciele, tudo começou após perder o primeiro filho durante o parto, quando passou a sentir ‘algo estranho’ no peito.

Segundo a ajudante de cozinha, um tempo depois ela ficou grávida do segundo filho, que deu à luz na cidade onde morava na época em Santa Catarina. “Eu o amamentei somente até os 4 meses de idade. Depois disso, comecei a sentir uma diferença maior”, conta.

A mulher relata que chegou a procurar por um médico, porém, foi informada de que se tratava de uma alteração normal nas glândulas mamárias. Após alguns meses, ela começou a ganhar peso e, mesmo sentindo uma ‘bolinha’ no peito, Franciele não conseguia enxergar com clareza, devido ao sobrepeso, segundo ela.



Franciele se mudou para Cubatão há pouco mais de um ano e acabou perdendo peso. “Foram 20 kg a menos, daí comecei a sentir o caroço novamente e fui procurar um médico porque minha família insistiu”. Ela afirma que seis meses atrás, entrou na fila para uma consulta pelo SUS com um mastologista. A primeira consulta ocorreu no último dia nove.

“Não consegui fazer a ultrassom pelo SUS que o médico me passou. Então a minha patroa pagou o exame para mim no particular”. A paciente explica que, logo após a ultrassonografia, o médico afirmou que ela possuía um nódulo de 4 cm. Uma biópsia mamaria, que também foi paga, foi realizada e constatou dois caroços no peito de Franciele.

Franciele Nunes passou anos com caroço no peito e descobre câncer de mama após pedido de patroa em Cubatão (SP). — Foto: Arquivo Pessoal

Na última terça-feira (23), na consulta de retorno médico, o mastologista confirmou que se tratava de um tumor maligno e a encaminhou para começar o tratamento com um oncologista cirúrgico. Franciele entrou na fila da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (CROSS). “Eles têm 60 dias para me dar essa vaga, mas o pessoal da assistência social falou que está demorando mais de 120”.

Franciele relata que “bateu o desespero” ao se deparar com a realidade da demora para conseguir o tratamento adequado, já que ele deveria ter sido feito com urgência. Segundo ela, não há dores no peito que a incomodem, apenas sensibilidade nas mamas.

Porém, a paciente afirma que devido a dormências recorrentes nos braços, ela precisou parar de trabalhar, já que lidava com panelas pesadas e levantando sacos de carne no bar onde trabalhava em Cubatão. “Por causa disso, preferi me afastar”, conta Franciele, que por ter trabalhado sem carteira assinada desde que chegou na cidade, não obteve ajuda do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Apesar de toda a situação, Franciele tem esperanças de que tudo ocorra bem, já que o médico dela a confirmou que a doença tem chance de cura. “Agora é só esperar começar o tratamento mesmo”.

Neoplasia maligna de mama

Estágios do câncer de mama: quais são eles e qual o tratamento referente a cada um — Foto: Divulgação

O médico mastologista Vicente Tarricone, do Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, explica que a importância de um diagnóstico “extremamente” inicial do câncer de mama é um diferencial no tratamento. “Dessa forma, serão utilizados os recursos de cura definitiva e o prognóstico será melhor”.

Segundo ele, os procedimentos utilizados também serão menores e o sucesso do tratamento é grande. Para Tarricone, “a grosso modo” e na maioria das vezes, o câncer de mama pode ter cura. “A cirurgia é mais um elemento de arma para usarmos contra a doença”, explica o cirurgião.

Além do procedimento cirúrgico, há também a possibilidade do uso da hormônioterapia, imunoterapia, radioterapia, entre outros. Dentre os tipos de cirurgias também há as cirurgias diagnósticas, procedimentos para a manutenção da mama, casos de retirada de mama, cirurgias com uma doença local muito avançada e aquelas que reconstroem a mama.

No entanto, o especialista afirma que, hoje em dia, o câncer de mama é tratado individualmente , já que cada paciente tem características diferentes do tumor. “A cirurgia ainda é um elemento principal do tratamento do câncer de mama”, ressalta.

De acordo com Tarricone, devido à falta de sintomas físicos, além do nódulo no seio ou nas regiões próximas, muitas pessoas acabam não procurando assistência médica justamente por não ter a informação do que esse caroço possa representar. Um dos riscos que a pessoa com o nódulo sofre com a demora do diagnóstico é o avanço do câncer para outras partes do corpo e o avanço no grau de gravidade da doença.

“Combatemos o câncer com informações. Com isso, identificamos a doença precocemente e temos sucesso no tratamento”. O especialista ainda explica que há um perfil da pessoa que pode desenvolver câncer de mama, segundo ele, são aquelas com poucos filhos ou que tiveram o primeiro filho depois dos 30 anos. O médico afirma que o pico da incidência de câncer de mama é aos 64 anos.77

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Por: G1

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