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Na África, Lula critica extrema direita, fala em ampliar parcerias e diz que Brasil tem ‘dívida histórica’ com o continente

today17 de fevereiro de 2024 10

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A União Africana reúne 55 países do continente e, em 2023, passou a integrar de forma permanente o G20 – grupo que reúne as maiores economias do mundo, responsáveis por mais de 80% da economia global.

Em seu discurso, Lula cobrou a reorganização da governança global, para aumentar a representatividade de países da África e da América Latina, e disse que a extrema direita “racista e xenófoba” não conseguirá resolver crises mundiais.

“Sem os países em desenvolvimento, não será possível a abertura de novo ciclo de expansão mundial, que combine crescimento, redução da desigualdade e preservação ambiental com ampliação das liberdades”, declarou Lula.



“O sul global está se constituindo em parte incontornável da solução para as principais crises que afligem o planeta. Crises que decorrem de um modelo concentrador de riquezas e que atingem, sobretudo, os mais pobres. E, entre estes, os imigrantes. A alternativa às mazelas da globalização neoliberal não virá da extrema direita racista e xenófoba”, acrescentou o petista.

No pronunciamento, Lula também disse que (clique no link para seguir ao conteúdo):

O presidente Lula durante discurso na cúpula da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Segundo o Palácio do Planalto, na reunião com o palestino, o petista condenou ataques do Hamas e reiterou a necessidade de paz no Oriente Médio, com a criação de um Estado Palestino. Conforme o governo brasileiro, Shtayyeh agradeceu a Lula pela solidariedade com o povo palestino.

Estava previsto neste sábado um encontro com António Guterres, que não ocorreu porque o secretário-geral da ONU cancelou a viagem à Etiópia.

Ainda neste sábado, Lula terá outras agendas bilaterais e participará de um jantar oferecido pelo premiê da Etiópia, Abiy Ahmed.

Lula com o presidente da República do Congo, Denis Sasso Nguesso, à esquerda; e o presidente da Guiné Bissau, Umaro Sissoco Embaló, à direita — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Parcerias com países africanos

No pronunciamento, Lula também afirmou que, como presidente, quer ampliar as relações diplomáticas e comerciais para que Brasil e África cresçam “juntos”.

O petista defendeu a formação de uma “aliança global” contra a fome, proposta brasileira na presidência do G20. E também parcerias nas áreas de educação, saúde e ciência e tecnologia.

“Vamos colaborar para tornar a África independente na produção de alimentos e de energia limpa e renovável”, disse.

Lula destacou que já viajou mais de 20 vezes para o continente africano ao longo da vida. Neste terceiro mandato, esta é a segunda vez que ele visita a África.

“O Brasil sempre olhou o mundo sem enxergar o continente africano. O Brasil, durante muitos séculos, foi governado olhando para os Estados Unidos, para a Europa. E o Brasil não via nem a América do Sul, muito menos via o continente africano”, declarou.

Brasil tem ‘dívida histórica’ com a África

Na conclusão do discurso, Lula disse que o Brasil não tem “todo o dinheiro” e “conhecimento científico e tecnológico” que ele gostaria que tivesse, mas que o país quer “compartilhar” o que possui com os países africanos.

“Porque temos uma divida histórica de 300 anos de escravidão e a única forma de pagar é com solidariedade e com muito amor”, declarou.

Lula ressaltou que “mais da metade dos 200 milhões de brasileiros se reconhecem como afrodescendentes”.

Lula se encontra com primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, na capital da Etiópia — Foto: Ricardo Stuckert

Guerra entre Hamas e Israel

Lula discursou após o representante da Palestina na reunião da União Africana. No pronunciamento, o presidente brasileiro voltou a condenar ataques do grupo terrorista Hamas a Israel, mas classificou como “desproporcional” a resposta israelense aos ataques, com a morte de milhares de civis.

Para Lula, a crise no Oriente Médio só será resolvida com a criação de um estado Palestino “soberano” e “membro pleno” da Organização das Nações Unidas (ONU).

Ainda sobre conflitos internacionais, Lula citou a guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura mais de dois anos.

Ele defendeu uma reforma do Conselho de Segurança da ONU – com a inclusão de mais países em desenvolvimento e o fim do poder de veto – para mediar as disputas, e afirmou que somente com política e diplomacia haverá solução para as guerras.

O petista afirmou que, na presidência do G20, o Brasil vai “apoiar” discussões sobre o Pacto Digital Global, na Organização das Nações Unidas. Para Lula, a inteligência artificial “não pode se tornar monopólio de poucos países e empresas”, nem se constituir em “terreno fértil para discursos de ódio e desinformação”.

“[A inteligência artificial não pode] causar desemprego e reforçar vieses de raça e gênero, que acentuam injustiças e discriminação”, pontuou.

“Esperamos contribuir para uma governança efetiva e multilateral em inteligência artificial e que incorpore plenamente os interesses do Sul Global”, ementou Lula.

O petista disse ainda que, juntamente com os países africanos, pretende “desenvolver e construir uma família de satélites para monitorar o desmatamento”.

“O imperativo de proteger as duas maiores florestas tropicais do mundo, a Amazônica e a do Congo, nos torna protagonistas na agenda climática. Os instrumentos internacionais hoje existentes são insuficientes para recompensar de forma eficaz a proteção das florestas, sua biodiversidade e os povos que vivem”, declarou.

“Com a recuperação de áreas degradadas, podemos criar um verdadeiro cinturão verde de proteção das florestas do sul global”, completou o petista.




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Por: G1

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