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Na presidência do G20, Brasil criará forças-tarefa para debater clima e combate à fome

today25 de novembro de 2023 5

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“Nós estamos criando duas força-tarefa. Uma contra a fome e a desigualdade, e outra contra a mudança do clima. E vamos lançar também uma iniciativa para a bioeconomia”, listou Lula no encontro – o último da “fase preparatória” para a presidência brasileira do G20.

O Brasil assume o comando do G20 no próximo dia 1º e ficará 12 meses no posto. O G20 reúne representantes de 19 países, da União Europeia e da União Africana.

Esta será a primeira vez do Brasil na presidência do G20 desde que o grupo passou a envolver os chefes de Estado e governo. Em 2008, quando o Brasil esteve no posto, o G20 ainda atuava apenas em nível ministerial.



Segundo material divulgado pelo governo, ao longo dos próximos meses, o Brasil ficará responsável por organizar reuniões temáticas e setoriais entre os países do grupo. O material será reunido e debatido na 19º Cúpula do G20, marcada para 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro.

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“Não é mais humanamente explicável em um mundo tão rico, com tanto dinheiro atravessando os atlânticos, a gente ter tanta gente ainda passando fome”, defendeu Lula.

“Um outro assunto que a gente vai discutir com muita força é a questão climática, a questão da transição energética. Essa transição energética se apresenta para o Brasil como a oportunidade que nós não tivemos no século 20, de termos no século 21 a possibilidade de mostrarmos ao mundo que, para quem quiser utilizar a energia verde para produzir aquilo que é necessário a humanidade, o Brasil é o porto seguro. Para que as pessoas possam vir aqui fazer os seus investimentos e fazer com que esse país se transforme em um país definitivamente desenvolvido”, continuou.

Lula afirmou no discurso que pretende discutir, durante a gestão do Brasil no G20, a governança mundial e deu como exemplo o papel de instituições financeiras, como Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI), que historicamente financiam países endividados.

“Um terceiro tema que nós vamos discutir é questão da governança mundial. Não é possível que as instituições de Bretton Woods, Banco Mundial, FMI e tantas outras instituições financeiras continuem funcionando como se nada estivesse acontecendo no mundo, como se tivesse tudo resolvido”, disse.

Para Lula, programas de socorro financeiro são uma demonstração que ‘não há contribuição para salvar a vida dos países’ e defendeu rediscutir a forma de financiar “países pobres.

O petista ainda citou a situação da Argentina, que teve sucessivos acordos com o FMI. No último domingo, o país elegeu o ultraliberal Javier Milei como presidente, derrotando o candidato governista Sergio Massa, apoiado por Lula.

“Muitas vezes instituições emprestam dinheiro não com o objetivo de salvar o país, que está tomando dinheiro emprestado para pagar dívida e não para produzir um ativo produtivo, em uma demonstração de que não há contribuição para salvar a vida dos países. Nós estamos vendo o que aconteceu na Argentina. Nós estamos vendo o continente africano com 800 bilhões de dólares de dívida”, afirmou Lula.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou que a Presidência brasileira do G20 será uma oportunidade de o país “destravar” questões fundamentais de seu interesse, como promover uma “reglobalização” sustentável do ponto de vista social, com combate às desigualdades econômicas, e também ambiental.

“Temos que recuperar o multilateralismo e temos de recuperar a perspectiva de uma integração entre as nações. Mas essa ‘reglobalização’ precisa ser liderada com outros olhos, um olho voltado para aqueles que mais precisam da atuação do Estado para recuperar as oportunidades perdidas, e um olho na gravíssima questão climática, que pode oferecer oportunidades inéditas de desenvolvimento econômico”, declarou Haddad.

Segundo ele, a trilha financeira do G20 será importante para criar meios concretos em busca dessas diretrizes. “Para isso, será fundamental uma mobilização maciça de recursos internacionais, que deve vir principalmente do norte para o sul global”, concluiu.

O G20 é formado por 19 países e dois organismos internacionais:

  • África do Sul
  • Alemanha
  • Arábia Saudita
  • Argentina
  • Austrália
  • Brasil
  • Canadá
  • China
  • Coreia do Sul
  • Estados Unidos
  • França
  • Índia
  • Indonésia
  • Itália
  • Japão
  • México
  • Reino Unido
  • Rússia
  • Turquia
  • União Africana
  • União Europeia

Em 2024, a “troika” que comanda o grupo será composta por: Brasil (atual presidente), Índia (presidente anterior) e África do Sul (próximo presidente).

O presidente do grupo é responsável por coordenar o G20, o que inclui organizar agendas. Os demais membros da troika auxiliam o presidente neste trabalho.

Além disso, a ação do G20 é fundada em duas trilhas de atuação: a trilha de sherpas e a trilha de finanças.

A trilha de sherpas é composta por 15 grupos de trabalho e é comandada por emissários pessoais dos líderes do G20. O Brasil indicou o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, para o grupo.

Já a trilha de finanças possui sete grupos técnicos, uma força-tarefa e é liderada pelos ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos países membros.

Para coordenar o grupo, o Brasil indicou a economista e diplomata Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.




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Por: G1

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