O navio cargueiro Dali, que teve uma pane e derrubou uma ponte na cidade de Baltimore, nos Estados Unidos, nesta terça-feira (26), apresentou problemas de propulsão e na maquinaria auxiliar em uma inspeção que aconteceu no Chile em junho do ano passado, de acordo com a agência de notícias Associated Press (AP).
A informação é da empresa Equasis, que agrega dados da indústria naval. Ainda segundo a AP, o site da Equasis não dá mais detalhes a respeito da inspeção que ocorreu no Chile em junho do ano passado e notou os problemas.
Pouco antes do Dali colidir contra uma ponte em Baltimore, nos EUA, a tripulação avisou as autoridades portuárias que havia perdido o controle do navio e que os propulsores não estavam funcionando, segundo o governador de Maryland, Wes Moore.
Em setembro de 2023, meses depois da inspeção no Chile, foi feita uma outra inspeção, essa no estado de Nova York, e não foi identificado nenhum problema no navio.
O Dali pertence à empresa Grace Ocean PTE, e foi inspecionado pelo menos 27 vezes em diferentes portos do mundo desde que foi construído, em 2015.
Em uma inspeção que aconteceu em julho de 2016 na Bélgica, identificou-se que havia danos no casco do navio causados por uma colisão no Porto da Antuérpia, e que isso prejudicava a capacidade de navegação do Dali.
Segundo o governador, a tripulação emitiu um alerta de “Mayday”, que indica emergência, antes do acidente, dando tempo às autoridades de bloquear parcialmente o tráfego na ponte. Isso permitiu que a ponte fosse fechada parcialmente.
Com a batida, a ponte Francis Scott Key foi derrubada. Duas pessoas foram resgatadas com vida do rio Patapsco, mas ainda há pessoas na água.
Segundo o FBI e o secretário nacional de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, não há indicativo de ato terrorista no incidente, nem de que ele teria sido intencional. O incidente ocorreu enquanto o navio ainda manobrava para deixar o porto de Baltimore.
Destroços da ponte Fancis Scott Key caem sobre a proa do porta-contêiner Dali após a colisão do navio contra a estrutura em Baltimore, nos EUA — Foto: Julia Nikhinson/Reuters
O navio envolvido no acidente é um porta-contêiner com bandeira de Singapura e tinha como destino o Sri Lanka. Havia 22 pessoas na embarcação, incluindo dois pilotos.
O cargueiro Dali tem 300 metros de comprimento e 48 de largura, de acordo com o site MarineTraffic.
O navio era operado pela empresa Synergy e estava a serviço da companhia dinamarquesa Maersk, de acordo com a CNN. Segundo a operadora, nenhum membro da tripulação ficou ferido na colisão.
Para facilitar o trabalho dos bombeiros, a Autoridade de Transporte de Maryland bloqueou todas as vias na região da ponte Francis Scott Key — uma importante ligação entre dois pontos da cidade, cruzando o Rio Patapsco.
Ponte Francis Scott Key, em Baltimore, é destruída após navio colidir com a estrutura — Foto: Harford County MD Fire & EMS/ via Reuters
O tráfego naval no porto de Baltimore também foi suspenso e não tem previsão para ser retomado. A agência que controla a aviação nos EUA também restringiu o espaço aéreo e pediu para que drones particulares não sobrevoem a região.
O governador de Maryland, Wes Moore, declarou estado de emergência. O secretário de Transporte dos EUA, Pete Buttigieg, disse que está em contato com o governador e com o prefeito de Baltimore, Brandon M. Scott.
Mapa mostra a localização da ponte Francis Scott Key, em Baltimore — Foto: Editoria de arte/g1
Inaugurada em 1977, a ponte tinha quase 3 quilômetros de extensão e quatro pistas, que ficavam cerca de 55 metros acima das águas. A estrutura também contava com uma ponte elevadiça que dava acesso ao porto de Baltimore.
A ponte foi batizada com o nome do autor do poema que deu origem ao hino dos Estados Unidos. Segundo estudiosos, Francis Scott Key escreveu os versos após presenciar o bombardeio do Forte McHenry, em 1814, na região de Baltimore.
Imagem de arquivo mostra navio cargueiro passando por baixo da ponte Francis Scott Key, em Baltimore — Foto: Brendan Smialowski / AFP
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